
É "inaceitável e um escândalo, em particular para aqueles que estão no desemprego e perderam tudo, os seus salários e direitos", afirmou Jerónimo de Sousa numa entrevista à TSF conduzida pelo jornalista Anselmo Crespo, ao comentar as recentes notícias sobre a eventual injeção de capital pelo Estado no antigo BES, e em que insistiu na nacionalização do banco.
Esses portugueses que "perderam tudo", na atual crise causada pela pandemia de covid-19, vão "questionar que se injetem milhões e milhões de euros no banco", afirmou, responsabilizando o Estado e os governos pela situação e "poupando" a Lone Star, embora também tenha criticado o este fundo que apelidou de "abutre".
Este fundo, afirmou, "toda a gente sabia quem era", uma "espécie de abutre que procura apanhar os restos", neste caso, do BES.
O secretário-geral comunista fez ainda um comentário à notícia do Público de hoje, segundo a qual o contrato de compra pela Lone Star "previu que em 'circunstâncias de extrema adversidade', como uma pandemia, o Estado é forçado a injetar automaticamente o dinheiro necessário para manter o banco dentro das metas de solidez definidas".
Jerónimo de Sousa criticou que passe a "ser automático o encharcamento de milhões de euros numa autêntica sangria desatada, tendo em o quadro económico e social" em que o país vive.
"Estas injeções permanentes são mais chocantes na situação em que vivemos", disse.
O líder do PCP voltou a defender a nacionalização ou "o controlo público" do banco, que os comunistas vêm defendendo nos últimos anos, criticando que, neste processo, o Estado seja "um mero pagador e espetador".
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Lusa/fim