"Estamos absolutamente em desacordo com uma nova injeção de dinheiro público e reiteramos que deve haver lugar a uma renegociação dos contratos de venda do Novo Banco", escreveu a porta-voz do PAN numa publicação na sua conta da rede social Twitter.

Inês Sousa Real referiu que o seu partido "foi o único a apresentar uma proposta nesse sentido, em sede de discussão na especialidade do OE2021" e lamentou que tenha sido "chumbada com os votos contra do PS, IL e abstenção do PSD, CDS e Chega".

A líder do PAN considerou ainda que "toda esta novela em torno do Novo Banco constitui uma pura irresponsabilidade" e alertou que são os contribuintes que vão "continuar a pagar esta fatura".

O Novo Banco anunciou na quarta-feira que vai pedir mais uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução bancário relativa a 2021, ano em que o banco lucrou 184,5 milhões de euros, divulgou a instituição bancária em comunicado na quarta-feira.

Segundo o banco, a necessidade de capital deve-se ao impacto do novo regime de contabilidade e a uma contingência relacionada com tributação de imóveis.

No entanto, o Fundo de Resolução (FdR) mantém o entendimento de que não é devido qualquer pagamento ao Novo Banco.

"Apesar da insuficiência de capital apurada pelo Novo Banco, os dados disponíveis confirmam o entendimento do Fundo de Resolução de que, em cumprimento do Acordo de Capitalização Contingente, não é devido qualquer pagamento relativamente às contas do exercício de 2021", disse fonte oficial do FdR à Lusa.

O FdR assinala que o Novo Banco divulgou um resultado positivo de 184,5 milhões de euros, "mas também a existência de uma insuficiência de capital de 209 milhões de euros face aos 12% de rácio CET 1 previstos no Acordo de Capitalização Contingente".

Contudo, questionado pela Lusa sobre o anúncio oficial feito pelo Novo Banco de que vai pedir mais uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao FdR relativa ao ano passado, o FdR considera que "não é devido qualquer pagamento relativamente às contas do exercício de 2021".

Em fevereiro, o FdR bancário disse ter "a forte convicção" de que não seria preciso fazer novo pagamento ao Novo Banco, apesar de então só ter para análise as contas preliminares do banco de 2021.

Também no mês passado, numa declaração ao jornal 'online' Eco, o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, disse o mesmo: "Não vai ser necessário a injeção".

"Partilhamos a perspetiva do Fundo de Resolução", afirmou ainda João Leão.

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