O órgão de pesquisas do Governo brasileiro indicou a queda de 2,5 milhões de trabalhadores sindicalizados entre 2017, quando cerca de 13 milhões de brasileiros pertenciam a esta categoria, e 2019, quando o número recuou para 10,6 milhões.

Comparando os dois últimos anos, houve uma redução 951 mil trabalhadores ligados a sindicatos em 2019 face a 2018, quando os sindicatos tinham 11,5 milhões de associados e a taxa era de 12,5%.

No ano passado, a população com trabalho no Brasil foi estimada em 94,6 milhões de pessoas, representando um acréscimo de 2,5% em relação a 2018 (92,3 milhões de pessoas).

"As grandes centrais sindicais congregam trabalhadores do setor público e privado, como professores e médicos, por exemplo. Num primeiro momento, as atividades com mais contratos celetistas [com contratos de trabalho formalizados] tiveram maiores quedas em 2018, porém a perda nos recursos e capacidade de organização e mobilização das centrais sindicais pode, também, ter afetado o setor público", explicou a analista do IBGE Adriana Beringuy.

A taxa de sindicalização dos empregados no setor público caiu de 25,7% para 22,5% de 2018 para 2019.

Além disso, a adesão a cooperativas por parte dos trabalhadores por conta própria e empregadores permanece em queda desde 2012, início da série histórica (6,4%), chegando ao seu patamar mais baixo (5,2%), em 2019.

A pesquisadora do IBGE acrescentou que outro elemento importante para esta queda diz respeito ao aumento dos pedidos de pensão por reforma que ocorreu no ano passado, quando o país realizou uma ampla reforma neste segmento.

"Diante da tramitação da reforma da Previdência [que alterou regras para pedir pensão por reforma], em 2019 vários funcionários públicos que já reuniam alguns requisitos para reforma adiantaram seus pedidos. No primeiro semestre de 2019, houve mais pedidos de reforma no setor público do que em todo o ano de 2018", frisou Adriana Beringuy.

"Os funcionários mais antigos costumam ser associados a sindicatos, e suas aposentadorias representaram uma queda na taxa de sindicalização", concluiu.

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