
O balanço, a que se somam apoios do setor privado e de doações privadas, tanto dentro como fora do país, foi feito por Roy Trivedy, coordenador residente das Nações Unidas em Timor-Leste, num encontro do Governo com a comunidade internacional.
Segundo explicou Trivedy, o valor já mobilizado inclui cerca de 5,3 milhões de dólares (4,45 milhões euros) de apoio anunciado pelo Governo australiano -- parte do qual chega a Díli já na quarta-feira, bem como contribuições iniciais de países como Estados Unidos, China, Nova Zelândia e Japão.
No caso das Nações Unidas, o apoio total, quer de novo financiamento quer de realocação de fundos destinados a outros programas, foi já de cerca de 1,3 milhões de dólares (1,1 milhões de euros).
Tanto no caso da ONU como de outros parceiros de desenvolvimento, o apoio de urgência -- apoios adicionais, quer a curto, quer a médio prazo, devem ainda ser anunciados -- está a ser, em grande parte, canalizado de outras atividades previstas.
"Esperamos ainda em breve anúncios do apoio da União Europeia, de Portugal e do Banco Asiático de Desenvolvimento, entre outros", explicou.
Trivedy recordou que, além deste apoio de emergência, é essencial analisar apoios a médio e longo prazo, nomeadamente para reconstrução e recuperação de infraestruturas.
A ajuda traduziu-se, para já, em várias campanhas de apoio às famílias deslocadas e mais afetadas pelas cheias, ainda que praticamente todo a assistência tenha sido canalizada para Díli, como pouca ou nenhuma a chegar aos restantes municípios.
Intervindo na mesma ocasião, Munkhtuya Altangerel, responsável do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Timor-Leste detalhou um dos programas que a organização quer implementar, nomeadamente o de "dinheiro ou comida por trabalho", que implica a mobilização de 5.000 jovens para limpar bairros afetados em Díli.
A iniciativa, disse, permitiria canalizar rendimentos diretos para os trabalhadores e as suas famílias, bem como ajudar as comunidades afetadas a recuperar do impacto das cheias.
A previsão inicial é de que o programa possa decorrer durante seis meses, com eventual ampliação até um ano, com mais de 30 mil pessoas a beneficiarem indiretamente dos rendimentos e alimentação e mais de 69 mil a beneficiarem do impacto das ações de limpeza.
Globalmente o programa custará cerca de dois milhões de dólares (1,68 milhões de euros), sendo que depois de apoios já comprometidos do Banco Asiático de Desenvolvimento, PNUD e Coreia do Sul, falta ainda angariar cerca de 753 mil dólares (633 mil euros).
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