
A luso-angolana, Stephanie Vasconcelos, lançou, em Luanda, a sua primeira obra litaria, intitulada “A Tua Melanina”, num momento em que as questões de identidade, discriminação racial e pertença ocupam o centro da atenção pública.
O livro de romance propõe uma reflexão profunda sobre o que significa viver entre dois mundos e como o tom de pele pode moldar trajectórias de vida.
A obra convida o leitor a mergulhar numa saga familiar marcada por desafios intergeracionais.
Ao contar a história de Gabriel, filho de mãe portuguesa e pai angolano, a autora levanta questões que tocam muitos cidadãos em Angola, Portugal e na diáspora africana: o que significa não pertencer completamente a lugar nenhum e ainda, como é que o tom da pele continua a condicionar vidas, oportunidades e afectos.
Mais do que uma narrativa pessoal, A tua melanina, segundo a escritora, propõe-se como um contributo para a reflexão pública sobre o racismo estrutural, o legado do colonialismo e a urgência de valorizar identidades plurais.
“Temas como multiculturalismo, migração, interseccionalidade e justiça social são abordados com sensibilidade e coragem numa linguagem acessível e emocionalmente envolvente”, disse.
Stephanie Vasconcelos nasceu na Rússia, em 1989. Filha de mãe russa e pai luso-angolano, cresceu em Portugal. É mestre em Jornalismo Multimédia, com formação em Comunicação e Língua Francesa. Viveu em sete países e actualmente reside em Angola, onde trabalha como especialista em Comunicação. Este é o seu primeiro livro, inspirado pela sua vivência entre culturas, geografias e identidades.