São quatro as investigadoras premiadas com a Medalha de Honra L’Oreal para as Mulheres na Ciência, nesta que já é a 21º edição do programa internacional da L’Oreal-Unesco – For Women in Science. As quatro cientistas foram distinguidas por desenvolverem projetos de elevado impacto social e científico, nas áreas da saúde e sustentabilidade marinha, recebendo cada uma bolsa de 15 mil euros para apoiar a sua investigação. Este programa, em território nacional, resulta de uma parceria entre a L’Oréal Portugal e a Fundação para a Ciência e Tecnologia tendo apoiado já mais de 70 mulheres no nosso país. A nível internacional, a L’Oreal já apoiou mais de 4.400 mulheres na ciência em todo o mundo, no decorrer destes anos.

Ana Rita Lopes, Céline Gonçalves, Paola Alberte e Patrícia Henriques foram as distinguidas desta edição, selecionadas entre dezenas de candidatas, através de um júri científico presidido por Alexandre Quintanilha, professor catedrático e investigador na área da Física. A cerimónia de entrega das medalhas terá hoje lugar no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.

“(Estas cientistas) São um exemplo para as novas gerações e uma demonstração clara de que o contributo das mulheres para a ciência é inegável”, afirma Gonçalo Nascimento, Country Coordinator da L’Oréal em Portugal.

Citado em comunicado, Gonçalo Nascimento, Country Coordinator da L’Oréal em Portugal, refere que “(…) O apoio às mulheres na ciência é essencial para promover um progresso mais inclusivo e representativo, face aos desafios persistentes, como a desigualdade salarial e a sub-representação em cargos de liderança”. E acrescenta que “É um enorme orgulho premiarmos o percurso destas investigadoras que, com talento, resiliência e trabalho, têm contribuído para projetos notáveis. São um exemplo para as novas gerações e uma demonstração clara de que o contributo das mulheres para a ciência é inegável”,

Conheça a seguir os projetos distinguidos:

Ana Rita Lopes – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Ana Rita Lopes é responsável pelo projecto Under Pressure, que investiga os impactos do aquecimento global e da poluição marinha (nomeadamente por resíduos de fármacos) nas relações simbióticas entre anémonas e os seus parceiros marinhos. Esta investigação contribui para encontrar políticas de conservação mais eficazes, protegendo assim a biodiversidade.

Céline Gonçalves. Foto/DR

Céline Gonçalves – ICVS, Universidade do Minho

A investigadora da Universidade do Minho, trabalha, través do projeto EVision, no desenvolvimento de um método de diagnóstico e monitorização do glioblastoma, o tumor cerebral mais agressivo em adultos. A investigação é centrada na identificação de uma “assinatura molecular” no sangue, que permita um diagnóstico precoce e um acompanhamento mais eficaz da doença.

Paola Alberte. Foto/DR

Paola Alberte – IST-ID, Instituto Superior Técnico

Responsável pelo projeto WireCan, Paola Alberte, desenvolve sistemas nanobioeletrónicos ativados por ultrassons que travam o crescimento de células cancerígenas ao corrigir a sua atividade bioelétrica. A investigadora pretende aplicar esta abordagem a tumores como o glioblastoma e a doenças como a de Parkinson.

Patrícia Henriques. Foto/DR

Patrícia Henriques – i3S, Universidade do Porto

Patrícia Henriques é a investigadora responsável pela criação do dispositivo GOcap, que desinfeta cateteres de hemodiálise com luz infravermelha e óxido de grafeno, sem recurso a antibióticos. Trata-se de uma inovação sustentável e reutilizável, que pretende desta forma reduzir infeções, que podem ser fatais e custos hospitalares.