De acordo com o banco central, o investimento estrangeiro em Portugal (IDE) caiu 1.063 milhões de euros no primeiro trimestre, contra uma subida de 670 milhões de euros no ano passado.

Para esta inversão contribuiu, essencialmente, a redução da dívida de entidades residentes perante empresas não residentes do mesmo grupo económico, que representou uma quebra de 1.200 milhões de euros.

A redução de investimento proveniente de Espanha, que caiu 3,1 mil milhões de euros, foi "parcialmente compensada por aumentos de investimento do Luxemburgo (400 milhões de euros), Bélgica (333 milhões de euros) e França (309 milhões de euros).

Já o investimento direto de Portugal no estrangeiro (IPE) aumentou 1.321 milhões de euros no primeiro trimestre, abaixo do crescimento de 1.883 milhões de euros no mesmo período de 2024.

"Numa perspetiva de contraparte imediata, destacou-se o investimento realizado em entidades residentes em países europeus, em particular, nos Países Baixos (790 milhões de euros), em Espanha (210 milhões de euros) e na Alemanha (99 milhões de euros)", explica o BdP.

No que respeita aos rendimentos de investimento direto, no primeiro trimestre, os rendimentos de IDE e de IPE foram, respetivamente, de 2.077 milhões de euros e de 607 milhões de euros, sendo que os rendimentos de IPE cresceram 30 milhões de euros face ao primeiro trimestre de 2024 e os de IDE perto de 230 milhões de euros.

O documento do BdP apresenta ainda uma análise sobre o investimento direto nas relações entre Portugal e os EUA.

Numa base de contraparte imediata - isto é, investimento realizado diretamente por entidades sediadas nos EUA --, o 'stock' de investimento direto estrangeiro em Portugal realizado por investidores norte-americanos era, no final de 2025, 4,0 milhões de euros, colocando os EUA como responsáveis por 2% do total de investimento estrangeiro em Portugal.

Este valor representa um crescimento de mais do dobro do que se verificava seis anos antes, no primeiro trimestre de 2019 (1,8 mil milhões de euros).

Apenas com base em dados por investidor final, "que permitem aferir a origem última dos fluxos de investimento", constata-se o 'stock' de investimento estrangeiro por investidores dos Estados Unidos da América passou de 6,7 mil milhões de euros em março de 2019 para 11,4 mil milhões de euros no final de março deste ano.

No final deste mês de março, o valor de IDE dos EUA em Portugal, "na ótica do investidor final, representava 5,7% do total", colocando o país na oitava posição entre os principais investidores no país.

Assim, no final do primeiro trimestre, apenas 34% do investimento direto dos EUA em Portugal tinha sido realizado de forma direta, o que significa que "maior parte do IDE norte-americano entrou em Portugal a partir de outras jurisdições económicas" -- nomeadamente Luxemburgo (39%) e Países Baixos (12%).

Em sentido inverso, o investimento direto de Portugal nos EUA passou de 1,3 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2019, para 1,8 mil milhões de euros no final do mesmo período deste ano. Durante estes seis anos, refere o BdP, "a proporção do investimento português nos EUA, perante o total do IPE, praticamente não se alterou, situando-se entre os 2% e os 2,5%".

JO // JNM

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