A ajuda avaliada em 100 mil dólares (83 mil euros) será entregue no armazém do INGD em Pemba pelo Export Trading Group (ETG), empresa agrícola do grupo Mitsui, e uma cerimónia de doação vai ser realizada no escritório do instituto, em Maputo, na sexta-feira.

Em comunicado, a empresa expressa um "compromisso em apoiar a estabilidade do ambiente social do país, através de diversas atividades comerciais e esforços humanitários".

A Mitsui detém 20% da concessão da área 1 de exploração de gás natural da bacia do Rovuma, projeto liderado pela Total e que era, até à sua suspensão, em março, o maior investimento privado em África, da ordem dos 20 mil milhões de euros.

O empreendimento está paralisado desde os ataques armados por rebeldes contra a vila de Palma, nas imediações do projeto, a 24 de março, que provocou um número indeterminado de mortos e feridos.

Através da ETG, a Mitsui trabalha ainda com 44 propriedades agrícolas em Moçambique, parte do 'portfolio' de culturas em 36 países, a par da importação de fertilizantes.

Na última semana o grupo japonês vendeu a sua participação de 15% na estrutura acionista da mina de carvão de Moatize, Tete, no interior centro de Moçambique, passando a brasileira Vale a deter 100% do projeto.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 732.000 deslocados de acordo com a ONU.

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