A organização não-governamental (ONG) moçambicana Centro de Integridade Pública (CIP) alertou na última semana que Moçambique corre o risco de enfrentar restrições no acesso ao sistema financeiro internacional, ao comparar o quadro regulatório e institucional do país com os padrões exigidos pelo Grupo de Ação Financeira (GAFI), uma entidade internacional, para a luta contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

Comentando a análise do CIP, o primeiro-ministro moçambicano, Adriano Maleiane, apelou à calma, assinalando que o GAFI não tem mandato para decretar sanções, porque apenas avalia o desempenho dos países nessa matéria.

"Vamos ficar calmos, não vamos dramatizar, não vamos autoflagelar-nos", enfatizou Maleiane, em declarações aos jornalistas, à margem de uma sessão parlamentar na quarta-feira, em Maputo.

O primeiro-ministro avançou que aquela entidade internacional ainda vai anunciar o resultado da avaliação aos progressos registados por Moçambique.

"O GAFIM ainda não disse nada sobre Moçambique", realçou.

Na análise que divulgou na última semana, o CIP assinala que O Estado moçambicano falhou em 80% das recomendações internacionais feitas pelo GAFI contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

A ONG observou que, "em termos práticos, significa que as transferências internacionais de e para contas bancárias domiciliadas em Moçambique, que agora levam cerca de 72 horas para se efetivarem, possam passar a levar muito mais de 20 dias", como parte de eventuais sanções pelo incumprimento de regras.

PMA // JH

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