"Há uma perceção crescente entre os investidores locais e os analistas de que o Brasil está numa trajetória que pode acabar por levar a uma insolvência orçamental a médio prazo", disse Alberto Ramos, numa nota de análise divulgada depois de uma visita de três dias ao Brasil, na qual visitou o Ministério das Finanças, o banco central, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) e a petrolífera Petrobras.

Na nota do Goldman Sachs, Alberto Ramos acrescenta que "a principal preocupação é que as autoridades ainda não mostraram nem vontade nem força política para lidar de forma eficaz com estes desafios crescentes".

O sentimento no Brasil continua claramente negativo e a perceção é que as coisas ainda vão ficar piores antes de ficarem melhores, acrescentou o diretor do departamento de pesquisa para a América Latina no gigante financeiro Goldman Sachs, citado pela agência financeira Bloomberg.

Hoje, a moeda brasileira caiu novamente face ao dólar, e o Goldman Sachs prevê que o real perca mais 10% do seu valor até ao final deste ano, valendo 4,4 reais por dólar.

O real é, de resto, a moeda com o pior desempenho nos últimos 12 meses, tendo perdido 28% num contexto de recessão que deve rondar os 4% neste e no último ano, e com a inflação e a taxa de desemprego acima dos 10%.

MBA // VM

Lusa/Fim