
"Enquanto os conflitos se intensificam, devemos reavaliar as nossas ambições", disse o Presidente francês durante a tradicional receção do ministro da Defesa na véspera do Dia Nacional.
Emmanuel Macron encarregou o Ministério da Defesa de desenvolver uma nova Lei de Programação Militar (LPM).
"A nossa ambição operacional para 2030 deve ser revista para melhor garantir a nossa capacidade de enfrentar a perspetiva do possível regresso de um confronto de alta intensidade", referiu o chefe de Estado, citado pela AFP.
O trabalho de desenvolvimento da nova LPM "deve ficar concluído até ao final deste ano" e ser "discutido com o parlamento" no início de 2023 sinalizou Macron.
O escalar do conflito na Ucrânia e também a subida da inflação, tinham levado o Presidente francês a prometer uma "reavaliação" da LPM 2019-2025 de forma a "ajustar os meios às ameaças".
Em 2017, o Presidente francês iniciou uma fase de reforço do orçamento da defesa, após vários anos de cortes. O Orçamento das forças armadas vai aumentar ainda mais em 2022, antes do impulso de 3 mil milhões em 2023, atingindo os 44 mil milhões de euros.
A atual Lei de Programação Militar previa aumentos adicionais de três mil milhões de euros por ano em 2024 e 2025, altura em que atingiria os 50 mil milhões de euros, mas a guerra na Ucrânia revelou deficiência no sistema de defesa francês, nomeadamente no que diz respeito a munições.
"Trata-se de reconstituir mais depressa e de forma mais robusta certos 'stocks', sabendo produzir mais equipamentos adaptados a esta guerra de alta intensidade, fazendo escolhas de inovação", precisou Macron.
Nesta "economia de guerra", "toda a nossa base industrial de defesa, chamada a recompor-se, (...) vai ter de acelerar ainda mais", sublinhou.
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