A China conseguiu na primavera passada controlar a propagação de covid-19, que surgiu no país em finais de 2019 e deve ser a única grande economia a registar um crescimento positivo em 2020.

O FMI continua a manter em 1,9% a previsão de crescimento para o ano passado, sem alterações em relação a outubro.

"A economia chinesa continua a recuperar rapidamente da pandemia, graças aos esforços para conter o vírus e às medidas políticas rápidas para atenuar o impacto da crise", assinalou o FMI.

"Mas o crescimento é desequilibrado, porque a recuperação depende fortemente do setor público enquanto o consumo privado fica para trás", considerou a organização, sublinhando que a pandemia "acrescentou algumas vulnerabilidades", em particular o endividamento que fragiliza a economia.

O défice orçamental deve passar para 18,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 contra 12,6% em 2019, segundo o FMI.

Se a economia chinesa recuperou e "se adaptou" à pandemia, graças em particular ao comércio 'online' e à forte procura externa por produtos contra a covid-19, a atividade deve permanecer "abaixo da sua capacidade a médio prazo", prevê a instituição.

Alguns setores ainda enfrentam dificuldades, como a hotelaria, a restauração e o setor ligado ao entretenimento. O FMI prevê que as medidas preventivas de distanciamento social "continuem a travar" a atividade dos serviços em 2021.

Os números oficiais do PIB chinês relativos a 2020 serão publicados no dia 18 de janeiro.

Em 2019, o país registou um crescimento de 6,1%, o mais fraco em três décadas.

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