
A ministra das Finanças de Angola, Vera Daves, disse nesta Quinta-feira, 19, em Luanda, que como decisores políticos, sabe-se que o financiamento é o sangue que alimenta o desenvolvimento sem ele, as ambições não se concretizam, as infraestruturas atrasam-se e as oportunidades perdem-se.
“No entanto, há uma verdade crítica que devemos reconhecer: o capital não flui para onde o risco é mal compreendido, mal gerido ou não mitigado”, referiu a ministra das Finanças, quando discursava na abertura da 25ª Assembleia Geral Anual (AGA) realizada pela ATIDI.
Segundo a governante, até ao final de 2024, a instituição de Seguro de Desenvolvimento de Comércio e Investimento Africano (ATIDI) apoiou mais de 88 mil milhões de dólares em fluxos de comércio e investimento em África.
“Isto é mais do que um número é a transformação de vidas, a criação de empregos e a materialização de futuros. É aqui que instituições como a ATIDI desempenham um papel essencial. Não apenas como seguradoras, mas como facilitadoras de confiança”, sublinhou a ministra.
Daves apelou ainda a valorização no papel que a ATIDI desempenha, não apenas na facilitação do investimento, mas também na promoção da estabilidade e da confiança nas economias de Angola.
No entanto, Vera Daves apelou que como líderes, devem continuar a fortalecer estas instituições, a promover a transparência e a boa governação, e a garantir que o risco não é um obstáculo ao desenvolvimento, mas um catalisador para investimentos mais inteligentes e resilientes.
“Como líderes, devemos estar à altura do desafio de moldar instituições que sejam não só reactivas, mas visionárias que antecipem riscos, desbloqueiem capital transformador e catalisem um desenvolvimento inclusivo e sustentável”, frisou.
Neste contexto, realçou Vera Daves, a Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) representa uma das iniciativas mais transformadoras da actual geração.
Ao criar um mercado único de mais de 1,4 mil milhões de pessoas, afirmou a governante, a AfCFTA tem o potencial de impulsionar significativamente o comércio intra-africano, a industrialização e a diversificação económica.
Entretanto, segundo referiu, para que esta visão se concretize, é necessário garantir confiança no investimento, mitigação robusta de riscos e colaboração transfronteiriça efectiva.
“Instituições como a ATIDI terão um papel decisivo na implementação prática da AfCFTA, não apenas ao oferecer seguros de crédito e investimento, mas ao promover a previsibilidade e a confiança que os negócios e investidores necessitam para se expandir além-fronteiras”, enfatizou Vera Daves.