
Em meio às discussões promovidas na 17.ª Cimeira de Negócios EUA-África, que aconteceu encerra esta Quarta-feira, 20, em Luanda, o empreendedor e investidor angolano, Pinto Matamba, destaca a relevância de fortalecer a governança corporativa, a cultura de prestação de contas e a adopção de instrumentos modernos de gestão para impulsionar o crescimento sustentável do continente.
Segundo Matamba, a relação entre governança, transparência e acesso ao financiamento é directa e fundamental para que as empresas africanas possam consolidar seu potencial de crescimento.
“Uma gestão responsável e transparente aumenta a credibilidade das empresas perante investidores e instituições financeiras, facilitando a captação de recursos essenciais à expansão e inovação”, considerou.
Um dos maiores obstáculos enfrentados pelos negócios no continente africano, aponta, é a resistência cultural à mudança e à adoção de boas práticas de gestão.
“Muitas empresas ainda operam com práticas tradicionais e informais, o que limita sua capacidade de atrair investimentos e crescer de forma sustentável. Para superar esses desafios, fundamentais para melhoria do ambiente de negócios nos nossos países, reforço a necessidade de investir na literacia empresarial, promovendo formação voltada para conceitos de governança, gestão financeira, responsabilidade social e ambiental”, acredita.
Defende ser fundamental que as lideranças compreendam que a governança e a transparência não são apenas requisitos burocráticos, mas estratégias de sustentabilidade.
Além disso, entende o empreendedor, a adopção de instrumentos modernos, como plataformas digitais de controle financeiro e sistemas de gestão integrados permite maior controle, eficiência e confiança dos investidores.
Pinto Matamba defende o papel da formação continua, inovação e da digitalização na transformação das empresas africanas, argumentando que as ferramentas tecnológicas facilitam a colecta de dados, a elaboração de relatórios confiáveis e a tomada de decisões mais assertivas, tornando as empresas mais competitivas no mercado global.
“Os termos que acabou de referenciar são novos, mesmo estando mais de 20 anos no mercado. Precisei buscar apoio, formação continua, informação e networking permanente”, assegurou.
Na sequência, reforçou que o fortalecimento de uma cultura de responsabilidade, aliada ao patriotismo e ao compromisso com o desenvolvimento do próprio continente é a chave para transformar as oportunidades actuais em resultados concretos.
“Precisamos promover uma mudança de mentalidade onde cada empreendedor se sinta parte de um movimento maior de transformação social e econômica. Assim, a África poderá consolidar-se como um continente de inovação, estabilidade e crescimento duradouro.
Por fim, o empreendedor acrescentou que a Europa e América precisam ajudar os jovens empreendedores africanos, não só com recursos financeiros, mais também com transferência de conhecimento e tecnologia.
“A imigração não continuará a ser banida com muros e controles. Não ficamos felizes vendo nossos irmãos africanos a morrerem nos oceanos em busca de melhores condições de vida. Africa tem uma rica juventude, podem ajudar a criar mais postos de trabalho. Venham investir em África”, concluiu.