
Os trabalhadores da CP estão esta segunda-feira em greve e estarão também na quarta-feira. Exigem um aumento dos salários e revisão das carreiras. Milhares de passageiros estão a ser afetados.
Quer seja para ir de férias ou para ir trabalhar, quem está a pensar viajar de comboio deve ter atenção às greves agendadas para esta semana.
Esta segunda-feira ficou marcada com surpresa para quem chegou à estação e viu os comboios suprimidos.
Estão garantidos, pelo menos, 20% dos comboios urbanos e regionais, que correspondem aos serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral. Ainda assim, os passageiros dizem que a solução apresentada não foi cumprida.
Além da valorização salarial, os trabalhadores da CP querem que seja feita uma revisão do regulamento das carreiras.
Para quem já tinha adquirido o bilhete, a CP permitirá o reembolso do valor total ou a troca gratuita por outro bilhete na mesma categoria.
Os trabalhadores voltam a estar em greve na quarta-feira e os sindicatos dizem que até terem uma resposta vão continuar as paralisações.
Além de Lisboa, a paralisação está a afetar milhares de passageiros também no Porto.
Depois de 17 dias de férias na Europa, o regresso a casa deste grupo está a ser de nervos à flor da pele. Chegar a Lisboa não vai ficar barato.
Vida difícil para todos os que, esta segunda-feira de manhã, precisaram de se deslocar de comboio e perceberam que ou não iam conseguir ou, pelo menos, não à hora desejada.
A greve foi convocada por mais de 10 sindicatos que, no sábado, reuniram com a administração da CP e quando tudo parecia estar bem encaminhado, um volta face mudou tudo.
Os sindicatos pedem a intervenção urgente do Governo para que se chegue a um acordo.
"Declarações à imprensa que não são verdade"
A Comboios de Portugal (CP) acusa alguns dirigentes sindicais de prestarem declarações à imprensa "que não correspondem à verdade.
Em comunicado, a empresa diz que o Conselho de Administração da CP "esteve sempre disponível para reunir, ouvir e negociar". Aliás, aponta, reuniram "diversas vezes", como no sábado à tarde, para "chegar a acordo" em relação às carreiras.
Nas reuniões o Conselho de Administração da CP apresentou "as mesmas condições de negociação que foram acordadas com os sindicatos dos maquinistas (SMAQ) e dos revisores (SFRCI)", condições que incluem "um aumento salarial de 1,5% e o aumento do subsídio de refeição para €9,20 por dia".
Na nota, a CP destaca que estas propostas são "aumentos adicionais" aos que foram atribuídos no início do ano.
Nesse sentido, o Conselho de Administração da CP diz não aceitar a acusação "de que a proposta enviada posteriormente e acordada com os referidos sindicatos tenha sido diferente do previamente acordado na referida reunião". E acusa os sindicatos de surgirem com novas exigências "de conteúdo pecuniário", cada vez que o Conselho de Administração tenta satisfazer reivindicações.
"A CP trata todos os trabalhadores de forma justa e equitativa e, por isso, não aceita negociar condições salariais distintas para os seus trabalhadores. Ao recusarem chegar a acordo e subscreverem o acordo do Regulamento de Carreiras, estes sindicatos estão a prejudicar os seus associados, impedindo-os de receberem o referido aumento de 1,5% e o acréscimo do subsídio de refeição para €9,20, tal como os restantes trabalhadores da empresa", refere.