Numa intervenção antes da ordem do dia, na Assembleia Legislativa de Macau, Chui disse que a medida poderia "criar uma base sólida" para "a transferência de tecnologia entre a China e os países lusófonos".

Os serviços de tradução de chinês para português poderiam "desenvolver-se de modo alargado em Macau" para incluir a tecnologia, o design, exposições culturais e artísticas, criação multimédia e edição.

Chui sugeriu ainda que o Governo trabalhasse com instituições de ensino superior de Macau para disponibilizar a micro, pequenas e médias empresas, de forma gratuita, serviços de tradução, nomeadamente utilizando inteligência artificial.

A medida iria apoiar a diversificação da economia local, disse o deputado.

O Produto Interno Bruto de Macau, dependente do jogo, caiu 27,8% em termos reais nos primeiros três trimestres de 2022, de acordo com dados oficiais.

Chui lembrou que em novembro o Governo de Macau anunciou a criação de dois centros sino-lusófonos para apoiar a fixação de "projetos de tecnologia avançada" da lusofonia na região chinesa da Grande Baía.

A Grande Baía é um projeto de Pequim que visa criar uma metrópole a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong, e nove cidades da província de Guangdong, com mais de 60 milhões de habitantes.

José Chui sublinhou que o anúncio do Governo representa "o estabelecimento oficial da primeira plataforma internacional de intercâmbio e transferência de tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia" chinês.

Os recursos académicos, científicos e tecnológicos da China estão, na sua maioria, disponíveis apenas em chinês e inglês, o que "não favorece a entrada da sabedoria chinesa nos países de língua portuguesa", lamentou o deputado.

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