
A companhia norte-americana tinha tomado nos últimos dias uma série de medidas, com férias não pagas e fomento de planos de saídas voluntárias.
Segundo um documento enviado à autoridade reguladora da bolsa norte-americana (SEC, na sigla em Inglês), 10 mil empregados aceitaram o plano de saídas voluntárias e já saíram.
Mas a hemorragia ainda não parou: "Apelo a todos os empregados (...) para que vejam se uma saída voluntária não é o melhor para ele/ela e a sua família. Não esqueçam que continuam a ter acesso às vossas vantagens sociais, como a cobertura de saúde e as viagens", escreveu o presidente executivo, Ed Bastian, no documento.
O dirigente não avançou se tinha definido um objetivo de saídas.
A Delta empregava 91 mil pessoas em 31 de dezembro último, conforme o seu relatório anual.
Bastian adiantou que ele e os outros administradores renunciaram ao seu vencimento durante os próximos seis meses, enquanto os salários dos quadros dirigentes vão ser cortados entre 25% e 50% até junho.
A Delta decidiu também suspender as compras de novos aviões, vai consolidar as operações em Atlanta e fechar todos os Delta Sky Clubs nos aeroportos.
Enquanto se espera pelos efeitos do plano, a crise sanitária continua a fazer desgastes financeiros: as receitas de março já caíram cerca de dois mil milhões de dólares em relação ao mesmo mês do ano passado.
"A nossa previsão para abril é pior", preveniu Ed Bastian, que acrescentou que a Delta decidiu reduzir as suas capacidades (voos) em 70%, "até que a procura recupere".
As transportadoras aéreas norte-americanas apelaram ao governo para que as ajude, reclamando um plano de salvamento de 50 mil milhões de dólares.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes para 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França com 175 mortes (7.730 casos).
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, que aprovou hoje a declaração do estado de emergência, o número de casos confirmados de infeção subiu para 642, havendo dois mortos.
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