
Os números do Inquérito de População Ativa (EPA, na sigla em castelhano) indicam que o número de pessoas empregadas em Espanha cresceu 2,36% entre abril e junho, para um total de 17.866.500, enquanto o número de desempregados baixou 295.600, para os 5,149 milhões de pessoas.
O segundo trimestre (que antecede imediatamente os meses mais fortes do verão) costuma ser uma das melhores épocas do mercado laboral em Espanha. Os números do desemprego costumam descer nesta altura, mas os deste ano indicam que a taxa de desemprego reduziu-se em 1,4 pontos percentuais apenas nestes três meses.
Os números do desemprego divulgados hoje têm também impacto político, uma vez que confirmam uma taxa de desemprego quase duas décimas abaixo da de dezembro de 2011, quando o atual Governo (PP, direita) chegou ao poder.
No início deste mês, e a poucos meses das eleições gerais (legislativas), o Governo de Mariano Rajoy também anunciou uma antecipação da entrada em vigor de novas tabelas do imposto sobre o rendimento (IRS). Na prática, a medida significa que os espanhóis também vão pagar menos IRS do que quando o PP chegou ao poder.
Quanto aos números do desemprego, a comparação dos dados atuais com os de dezembro de 2011 terá de levar em conta que o final do ano é uma das piores épocas no mercado laboral espanhol, sendo o segundo trimestre a melhor.
No entanto, os números divulgados hoje pelo INE confirmam uma tendência de criação de emprego em Espanha. Os 411.800 empregos criados entre abril e junho representam um recorde que durava desde o mesmo trimestre de 2005
A ocupação aumentou em todos os setores. No dos serviços (que inclui os empregos do Turismo) há mais 291,7 mil empregados, enquanto na Indústria criaram-se 64,8 mil empregos. Na construção o aumento foi de 32,3 mil empregos e na agricultura 23 mil.
Ainda assim, o aumento da taxa de ocupação assenta em grande medida nos contratos temporários, ou com fim definido. Mais de 307 mil destes novos empregos são de contrato temporal, enquanto apenas 60,8 mil são de contrato indefinido, o que significa que o mercado laboral espanhol tem 25% (um em cada quatro empregados) com contratos a prazo.
Corrigidos de sazonalidade (descontando efeitos provocados pela época turística, mas também agrícola), os números de hoje do INE espanhol indicam que a criação de emprego cresceu 1,12% interanuais (cinco centésimas abaixo do crescimento de 1,17% registado no mesmo trimestre ano passado).
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