De acordo com dados do relatório síntese da execução orçamental de janeiro, a que a Lusa teve hoje acesso, este desempenho resulta, nomeadamente, da "conjugação" da queda na arrecadação de impostos diretos (-40,1%), dos impostos indiretos (-32,1%) e da Segurança Social (-27,5%).

Assim, as receitas totais da administração central cabo-verdiana atingiram em janeiro os 2.411 milhões de escudos (21,8 milhões de euros), enquanto as despesas executadas caíram 3,6%, face ao mesmo mês de 2020, para 3.160 milhões de escudos (28,6 milhões de euros).

Nas receitas, o Imposto sobre o Rendimentos das Pessoas Singulares caiu em janeiro 28,2%, para 323,5 milhões de escudos (2,9 milhões de euros). "Quanto ao desfasamento em face às metas, ainda não se verifica a recuperação da economia esperada ao longo do ano, com impacto no emprego e nos rendimentos das pessoas singulares", lê-se no relatório.

Nos impostos indiretos, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) caiu 37,1% em janeiro, quando comparado com o mesmo mês de 2020, antes dos efeitos da pandemia, para 917,5 milhões de escudos (8,3 milhões de euros).

Sem turismo há praticamente um ano, devido à pandemia de covid-19, setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago, Cabo Verde registou uma recessão histórica de 14,8% em 2020. O PIB do país caiu para 164.911 milhões de escudos (1.492 milhões de euros) e as contas públicas registaram um défice, estimado, de 9,1% do PIB.

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