O organismo emissor justificou a sua revisão em alta após o desempenho "positivo" e "surpreendente" do produto interno bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre do ano, que aumentou 1% em comparação com os três meses anteriores, uma tendência que espera manter no segundo trimestre.

A nova projeção do Banco Central é dois décimos de ponto percentual superior à do Governo, que estima um crescimento de 1,5%, e um ponto superior à última previsão do mercado financeiro (0,70%) para o país sul-americano.

Contudo, a entidade já prevê que a maior economia da América Latina irá abrandar no segundo semestre do ano devido "aos efeitos cumulativos do atual aperto monetário" e "à persistência de choques de oferta", entre outros fatores associados à atual instabilidade internacional.

"A incerteza na projeção permanece maior do que o habitual, num cenário de guerra contínua na Ucrânia e de riscos crescentes de abrandamento global" devido a "pressões inflacionistas", afirmou numa apresentação divulgada aos meios de comunicação social.

A inflação no Brasil foi de 11,7% ao ano em maio, embora o mercado financeiro espere fechar o ano em cerca de 8,5%, o que também ultrapassaria o limite máximo para 2022 de 5,0%.

A subida dos preços obrigou o banco central a aumentar gradualmente as taxas de juro oficiais, que hoje se situam em 13,25% ao ano, o seu nível mais elevado desde dezembro de 2016.

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