"De modo a conter a pressão inflacionista, assegurar a manutenção do regime cambial e assim preservar a estabilidade dos preços a curto e médio prazo, o comité de política monetária do banco central de São Tomé e Príncipe decidiu aumentar a taxa de juro de referência de 9% para 10%", lê-se no comunicado enviado à Lusa após a reunião.

"Em termos prospetivos, espera-se para 2022 uma desaceleração da economia para 1,4% e uma aceleração da inflação média anual para 15%", acrescenta-se na nota, que argumenta com as consequências da guerra na Ucrânia, a subida dos preços alimentares e energéticos mundiais para a revisão do cenário macroeconómico.

A nível nacional, o banco observa um "aumento expressivo da inflação importada", a que se junta o aumento do preço dos combustíveis e o impacto das alterações climáticas nas intempéries que têm assolado o país, e alertam para a "pressão sobre o regime da paridade cambial".

Com as receitas internas e as ajudas internacionais a diminuírem, o banco central decidiu também, na reunião desta semana, aumentar a taxa de facilidade permanente de liquidez de 9,5% para 10,5% e subir o coeficiente das reservas mínimas da caixa em moeda nacional de 18% para 28%, mantendo o coeficiente em moeda estrangeira em 21%, para além de emitir certificados de depósitos para responder ao aumento da liquidez no mercado.

A redução da previsão do crescimento da economia coloca a recuperação económica a um nível apenas ligeiramente superior aos 1,4% registados em 2021, ano ainda fortemente afetado pelos impactos da pandemia de covid-19, e muito abaixo da última previsão para o país, já que o Banco Mundial estimava, ainda no princípio deste mês, uma expansão de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano no arquipélago.

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