
Em contagem decrescente para a meia-final entre Portugal e a Alemanha, Rúben Dias lançou o embate contra a equipa germânica. Além da necessidade de demonstrar um nível «muito alto» conta a seleção anfitriã, o central do Manchester City congratulou os sub-17 lusos pela conquista do Euro da categoria, garantindo que saber o que é vencer a Liga das Nações é uma motivação extra para a equipa comandada por Roberto Martínez.
O que é preciso fazer de diferente em relação à derrota de 2020: «Acho que não faz sentido comparar. Além dos anos de distância, há jogadores e treinadores diferentes. Como tal, quase todas as circunstâncias mudaram. Jogamos fora, eles em casa, num estádio em que se sentem confortáveis. E isso é um ponto extra a favor deles. Fora isso, somos duas das melhores equipas europeias e sabemos perfeitamente da qualidade individual e coletiva que eles têm. Temos de estar num nível muito alto, é a única maneira de ganhar. É uma meia-final, um jogo especial só por isso e a eliminar. Os detalhes vão fazer a diferença.»
Coletivo em vez das individualidades?: «Geração de ouro é uma afirmação muito relativa, mas concordo com o argumento. O trabalho coletivo será sempre o maior ponto de diferença de geração para geração, de jogo para jogo e de competição para competição. Sabemos e é uma conversa constante a cada nova chamada ou competição, que temos qualidade individual. Eu próprio já referenciei várias vezes que o mais importante vai ser a maneira como somo capazes de nos conseguimos juntar em cada estágio e competição.
Esta é mais uma oportunidade. Deu um excelente exemplo, o do Paris SG. A maneira como se conseguiram juntar, fazer a equipa funcionar. Podemos ter todas as individualidades do mundo, mas se coletivamente não conseguirmos funcionar como um só... não podemos falar do potencial que temos. É com base nisso e com essa ambição que trabalhamos todos os dias.»
Portugal campeão da Europa de Sub-17: «Acima de tudo, parabéns. Ficámos muito felizes. Também já estive no meu Euro sub-17, perdi nas meias-finais. Sei que é muito importante para eles e é sempre nostálgico a reviver os nossos momentos e a olhar para o que está a acontecer agora. Ficámos muito felizes. Senti uma equipa forte. Vou confessar que não vi todos os jogos, mas gostei muito de ver o que consegui ver ontem. Fiquei muito feliz.»
Regresso ao futebol português: «Não é algo a que dedico muito tempo da minha vida. Fui muito feliz no tempo em que aqui estive, foi uma parte essencial no meu desenvolvimento, naquilo que é e vai ser a minha carreira. Sou grato e muito feliz por cada momento, mas penso à frente, no que está a acontecer agora e a seu tempo chegará a altura de tomar certas decisões.»
Liga das Nações no currículo pesa?: «Lembro-me que na altura foi a primeira e toda a gente se perguntava acerca do real peso que esta competição iria ter. É mais uma competição importante ao nível de jogares pelo teu país. Acho que sentimos bem o significado de termos ganhado na altura, juntámos o país inteiro a celebrar. Funciona como motivação extra. Sabemos o que é ganhar esta competição, o que significa para as pessoas e para o país. Não é um Europeu ou um Mundial, mas é uma competição importante que temos oportunidade de ganhar.»
Quarteto que venceu a Champions no Paris SG: «Muito feliz por eles. Já todos lhes demos os parabéns. Todos estamos orgulhosos do que eles fizeram, foi muito especial. Como é óbvio vamos tentar aproveitar a boa energia que eles tiverem para também partilhar connosco na seleção.»
Sete anos após a estreia pela seleção, o que mudou?: «Acima de tudo, permanece uma maneira de estar vitoriosa e ambiciosa. Se tivesse que escolher uma palavra para definir todo o meu tempo aqui era a estabilidade. É sempre um porto seguro para todos nós, uma alegria vir para a seleção, termos um espaço em que nos sentimos em família.»
Tempo de descanso e calendário apertado: «Não sabemos bem como vai ser esse tempo livre. O selecionador teve uma decisão inteligente neste período entre clube e iniciar o estágio com a seleção. Tivemos estes dias para refrescar a mente e o corpo, já é um fator muito positivo para nós enquanto atletas profissionais que somos e queremos estar ao mais alto nível. Em relação ao resto, não sei. O próprio Mundial de Clubes ainda nem sabemos os timings. Mais do que nunca vamos viver um dia de cada vez.»