Decorreu esta manhã no Comando Territorial da GNR no Porto a conferência de imprensa de apresentação de todas as condições de segurança para a edição deste ano do Rali de Portugal, que começa na 2.ª feira, dia 12, com as verificações administrativas, mas que, para o público em geral, só arranca na 5.ª feira da próxima semana, dia 15, com a classificativa da Figueira da Foz.  

A edição deste ano vai terminar precisamente no dia 18, dia das eleições legislativas, mas a operação de segurança já teve isso em linha de conta e foi atempadamente feito um estudo do impacto nas populações locais das últimas classificativas, Paredes, Fafe e Felgueiras, chegando-se à conclusão que as poucas pessoas afetadas por esta circunstância não vão ser naturalmente impedidas de exercer o seu direito de voto. 

O número de quilómetros cronometrados da prova deste ano é de 344,50, num total de 24 classificativas, ou seja cresceu face ao ano passado, que teve 337,04 quilómetros cronometrados e 22 classificativas, mas não é, como se nota um aumento substancial e as condições e segurança e agentes envolvidos são muitos semelhantes às de 2024. Já agora, as duas novas classificativas em relação ao ano passado são as de Sever do Vouga/Albergaria e Águeda/Sever do Vouga. 

Conheça em rigor todos os números da grandeza deste evento, onde são esperados cerca de 800 mil espectadores durante os quatro dias de competição, nas palavras dos principais responsáveis:  

Horácio Rodrigues, diretor da prova: 

"Como sempre, há que ter uma especial atenção à segurança da prova. Temos uma lista de 95 equipas inscritas, em que o país mais representado é a França, com 12 equipas, seguido de Portugal com 11 e Finlândia e Espanha, ambos com 5 e num total de 19 países representados. Isto dá-nos uma responsabilidade acrescida, até porque este ano vamos ter mais tempo na estrada, são mais pessoas e ter esta gente toda em ordem durante estes dias não é fácil. Conto com a colaboração de todos e espero que sigam todas as instruções de segurança, pois mais uma vez os delegados da FIA estarão atentos a tudo. Além do números já registados de militares da GNR envolvidos, vamos ter cerca de 1.000 funcionários do ACP, 600 'marshalls', que são colaboradores e orientadores do público, controladores e oficiais. Ainda cerca de 320 bombeiros, 64 INEM, 57 ambulâncias e 50 carros de bombeiros, dois helicópteros e 140 viaturas só da organização. Vamos todos os anos afinando a máquina e tem dado frutos. As coisas têm corrido muito bem e este ano vão com certeza correr também bem." 

João Jordão, diretor do ACP Motorsport: 

"O Rali de Portugal é o maior evento desportivo nacional desde 1967, tem uma dimensão assinalável e é essencial continuarmos a passar lá para fora uma imagem de um público controlado. Obviamente existe sempre risco, o desporto automóvel é perigoso e é preciso cumprir um conjunto de regras para que todos possam estar em condições e segurança. A grande diferença entre o nosso Rali e outros ao nível Mundial, é que somos uma referência a vários níveis e isso é muito fruto de uma característica muito própria que é a nossa paixão pela modalidade. O próprio público é a nossa primeira linha de defesa. A prova vai acabar num domingo de eleições, o que não é normal e também está previsto um plano para que as coisas corram dentro da normalidade possível nesta conjugação única que acontece este ano." 

Tenente-Coronel Carlos Canatário, porta-voz da GNR: 

"A nossa mensagem é preventiva, a de transmitir conselhos e regras que estão estipuladas, sabendo que o espectador é o elemento fundamental para que em primeira linha o evento decorra dentro da maior normalidade possível. A evolução do comportamento do público tem sido notória e apelamos para que todos respeitem as indicações dos militares da GNR e da própria segurança da organização. O grande objetivo é garantir a segurança no deslocamento, no acesso e no decurso daquele que é considerado o maior evento desportivo nacional e que vai decorrer nos distritos do Porto, Aveiro, Braga, Coimbra e Viseu. À imagem do que aconteceu no ano passado, são esperados cerca de 800 mil espectadores em toda a prova, é um evento de grande dimensão, com um fluxo muito grande de pessoas a circular de um lado para o outro, pelo que a operação de segurança é também muito grande. Vamos ter o reforço nas várias unidades da GNR, um total de 2.800 militares, sendo que o nosso foco é na ação preventiva."   

Coronel Adriano Rocha, adjunto do comando operacional da operação de segurança: 

"A coincidência de termos as últimas três classificativas no dia das eleições legislativas, em Paredes, Felgueiras e Fafe já foi acautelada. As populações afetadas foram contactadas através dos meios locais, foi feito um estudo do possível impacto desta coincidência e há sempre o recurso ao voto em mobilidade dos cidadãos, que já vai decorrer esta semana. Outras populações vão fazer a votação depois das 16 horas, quando acabar a prova. Isso está devidamente acautelado de forma a que nenhum cidadão seja impedido de exercer o seu direito de voto, mas só estamos a falar de duas residências diretamente afetadas em Felgueiras e de uma aldeia em Fafe, a de Santana Vila Pouca. Ou seja, os cidadãos com constrangimentos diretos são poucos, até porque em Paredes não foi detetada nenhuma situação em concreto. Obviamente internamente também apelamos aos nossos militares afetados que estarão em serviço nesse dia para que recorram a este voto em mobilidade. De resto, o nosso trabalho tem por base as edições anteriores, onde vamos introduzindo as lições apreendidas. Vamos ter este ano um novo desafio que são as duas novas classificativas, mas todo o policiamento e prevenção estão estipulados com a experiência já acumulada de edições anteriores da prova."