No dia em que se disputa a 2.ª mão da meia-final da Liga dos Campeões entre Inter e Barcelona, é tempo de recordar a última ocasião em que estas duas equipas se enfrentaram nesta fase da competição. Remonta a 2009/10, quando os italianos, comandados por José Mourinho, eliminaram o Barça do 'tiki-taka' de Pep Guardiola, que era detentor do título.

Quinze anos depois, Ivan Cordoba, antigo defesa-central dos nerazzurri, contou algumas peripécias dessa eliminatória épica, que abriria caminho para a conquista da competição, com uma vitória por 2-0 na final contra o Bayern Munique. Em entrevista ao 'Relevo', o colombiano de 48 anos, recordou a vitória por 3-1 na 1.ª mão, perante uma equipa blaugrana - de Messi, Xavi, Iniesta e companhia - que encantava o mundo de futebol na altura.

"Esse Barça era impressionante, encantava-nos a todos, com jogadores muito fortes. Mas nós acreditávamos muito no nosso grupo e na nossa força, que era o Mourinho. Ele é muito forte em ser iman para tudo o que seja externo à equipa, de modo a que os jogadores só tenham de pensar no que têm de fazer em campo. Absorvia todos os comentários e em muitos jogos até inventava polémicas, mas sem tirar-nos o foco em cada partida. Nesse jogo com o Barcelona, apesar de termos sofrido primeiro, isso não nos afetou. Aliás, só nos deu mais ganas e obtivemos uma vitória contundente", contou o central, que foi suplente não-utilizado nesse encontro.

Cordoba contou ainda um incidente desse jogo com o sempre problemático Mario Balotelli. O 'bom rebelde' italiano foi lançado pelo Special One no decorrer da 2.ª parte e a sua atitude causou um grande celeuma no balneário.

"Para Mourinho, o 3-1 não era suficiente. Então meteu o Balotelli com a intenção de liquidar a eliminatória, porque não estava tranquilo. Não era uma vantagem enorme, porque com um golo deles voltavas a ficar nervoso. O Mario, da maneira que ele é, não percebeu a importância do seu papel no momento e fez tudo ao contrário do que o treinador lhe pediu. No balneário estávamos cegos com ele, queríamos matá-lo. E faltou ao respeito a todos, pois tirou a camisola e mandou-a ao chão. É que ainda por cima, como estava o jogo, havia bastante espaço e o Mario podia ter feito um golo, porque ele estava em grande nível naquela temporada", explicou Cordoba.

O colombiano contou ainda qual foi a tática de Mou para manter a vantagem na 2.ª mão, algo que conseguiu, apesar da derrota (0-1) em Camp Nou: "O Mourinho não estava tranquilo. Então blindou a zona do Messi, colocando o Chivu a extremo, mais o Thiago Motta, o Zanetti e o Samuel. Armou uma jaula e foi uma partida incrível de todos eles."