"Se alguém tem de estar com o orgulho ferido somos nós. Se esta fase terminasse agora, o FC Porto estava fora. Por isso, temos de dar ao chinelo. Metemos o pé na poça num primeiro momento e só há um caminho: atacar o jogo com exigência e responsabilidade, percebendo que há muita qualidade do outro lado, desconfiar sempre e nunca dar nada como garantido", apontou, em conferência de imprensa.

Uma semana depois de terem somado com uma derrota no terreno do campeão norueguês Bodo/Glimt (3-2), numa partida em que alinharam em superioridade numérica quase toda a segunda parte, os 'dragões' perseguem os primeiros pontos na remodelada fase de liga da segunda competição continental de clubes.

"Há um indicador fortíssimo para a intensidade, que tem a ver com o número de faltas cometidas. Nos dias seguintes à partida na Noruega, pegámos numa série de jogos e percebemos em quais deles é que fomos ou não bem-sucedidos em função disso. Os encontros fazem-se permanentemente de pequenos duelos e, quanto mais ganharmos, mais perto estamos de vencer", sinalizou.

O FC Porto "ficou "com a corda ao pescoço" na luta pelo acesso direto aos oitavos de final, destinado aos oito primeiros classificados, tal como aos vencedores dos play-offs disputados a duas mãos entre as equipas posicionadas do nono ao 24.º lugar, enquanto os restantes 12 participantes serão automaticamente eliminados.

"Temos de andar em cima daquilo que é nosso. Cometemos erros que não podíamos na Noruega, mas corrigimos muita coisa frente ao Arouca [goleada por 4-0, na sétima jornada da I Liga portuguesa] e estivemos exímios nas transições defensivas. Estes jogos de nível europeu e alta complexidade obrigam-nos a roçar praticamente a perfeição", notou Vítor Bruno.

A receção ao Manchester United, vencedor da prova em 2016/17 sob orientação do ex-treinador portista José Mourinho, acontece num momento delicado para os 'red devils', que se estrearam na Liga Europa com um empate caseiro frente aos neerlandeses do Twente (1-1), passando a somar apenas uma vitória nos últimos nove duelos na UEFA.

"É fácil descodificar a equipa deles e perceber que têm jogadores de nível mundial. Quem quiser contar uma história diferente não estará a corresponder à verdade. No início da época, estiveram a poucos minutos de ganhar a Supertaça inglesa ao Manchester City, que, para muitos, é a melhor equipa do mundo. Aí já seria um super Manchester United. Isso não se perde de um momento para o outro", lembrou, sobre um jogo resolvido a favor dos 'citizens' nos penáltis (7-6, após empate 1-1 no final do tempo regulamentar).

O conjunto dos internacionais portugueses Diogo Dalot e Bruno Fernandes não triunfa há três partidas nas diversas competições e vem de uma derrota na receção ao Tottenham (0-3), da sexta jornada da Liga inglesa, tendo descido ao 13.º lugar, com sete pontos, oito abaixo do líder Liverpool, e um registo de golos negativo (cinco marcados e oito sofridos).

"Nesta casa não há empates e só se joga para ganhar. Temos de seguir em frente, com alto sentido de exigência e muito vício de vencer. Obviamente, há momentos e o contexto mais recente não explica a realidade nem representa a valia do Manchester United. É uma equipa historicamente difícil, que pode não estar a passar coletivamente pelo melhor momento, mas vai causar-nos muitos problemas", terminou Vítor Bruno.

O FC Porto, ainda sem pontos, recebe o Manchester United, com um, na quinta-feira, às 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, em encontro da segunda jornada da fase de liga da Liga Europa, sob arbitragem do alemão Tobias Stieler.

 

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