Os jogadores do Inter passaram tanto tempo a correr atrás dos rápidos e virtuosos adversários do Paris Saint-Germain que perderam referências e sentido de orientação. Yann Sommer, o guarda-redes das defesas impossíveis na segunda mão da meia-final frente ao Barcelona, tentou ser o primeiro farol orientador na primeira zona de construção, mas nem os habituais passes certeiros do suíço saíram bem, o que foi o prenúncio do que viria aí - e com a ironia de não ter feito grandes defesas, porque o grau de acerto dos parisienses foi letal, deixando margem zero para o brilho. Na defesa, Acerbi (outro dos heróis dos nerazzurri naquele épico jogo) tentou usar o jogo de antecipação até onde pôde, mas à medida que o tempo passava mais exposto ficava - e Bastoni não esteve melhor. Mas a personificação do descalabro (ou pelo menos o seu início) foi Dimarco: apanhado na teia urdida por Vitinha, foi ele a colocar Doué em jogo no primeiro golo do PSG (muito deslocado da restante linha de defesas) e teve o infortúnio de desviar o remate do extremo francês para o segundo da contagem.

Incapazes de travar a dinâmica e mobilidade de Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz, os médios Mkhitaryan, Barella e Çalhanoglou raramente conseguiram romper linhas - limitaram-se a ver jogar. Sem atrevimento nem verticalidade dos alas (Dumfries também nunca ganhou duelos a Nuno Mendes), os avançados raramente conseguiram ter jogo. E nem a entrada dos suplentes provocou impacto: Bisseck lesionou-se mal entrou e os outros foram reduzidos ao papel de espectadores de um recital para o qual foram convidados de primeira fila.

As notas dos jogadores do Inter: Sommer (4), Pavard (4), Acerbi (4), Bastoni (4), Dumfries (4), Barella (4), Çalhanoglou (3), Mkhitaryan (3), Dimarco (3), Thuram (5), Lautaro Martínez (4), Bisseck (-), Zalewski (3), Darmian (3), Carlos Augusto (4), Asllani (3)