A BBC garante ter tido acesso a um documento confidencial em que o presidente da Federação Internacional do Automóvel, Mohammed Ben Sulayem, propõe mudanças na organização que superintende a F1, alterações essas que serão sujeitas a votação na Assembleia Geral da FIA, no próximo mês de junho. Fala-se já numa cláusula 'anti-Sainz', visando a eventual candidatura de Carlos Sainz 'pai' à liderança do organismo.

Uma das alterações mais polémicas prende-se com a antecipação do prazo para a apresentação de candidatos às eleições presidenciais de 12 de dezembro, o que daria a "Ben Sulayem a possibilidade de impedir qualquer candidato de concorrer contra ele, bem como mais controlo sobre os membros do Senado da FIA". Atualmente, uma candidatura precisa de ter também o presidente do senado, sete vice-presidentes para todas as regiões da FIA e vice-presidentes para os setores de desporto e mobilidade.

O artigo continua e indica que, segundo a proposta, "não deve haver nada no registo dos candidatos que concorrem às eleições como membros da lista presidencial que ponha em causa a sua integridade profissional".

A proposta determina ainda que os elementos da FIA "devem evitar quaisquer conflitos de interesses e divulgar qualquer situação que possa levar a tal conflito". Acontece que este ponto pode afetar o piloto espanhol de ralis Carlos Sainz, que já manifestou interesse em candidatar-se à presidência da FIA, uma vez que é pai de Carlos Sainz, piloto da Williams na Fórmula 1.

As eleições para a presidência da FIA vão ter lugar a 12 de dezembro deste ano, durante a assembleia geral da Federação, no Usbequistão.

Sulayem é presidente do organismo desde 2022.