"Gostava de reiterar o compromisso contínuo do Zimbabué na luta contra o terrorismo na província de Cabo Delgado", declarou Oppah Muchinguri Kashiri.

Aquela governante falava durante a 12.ª reunião da comissão conjunta permanente da defesa e segurança dos dois países, um encontro que arrancou hoje em Maputo e que tem como uma das prioridades identificar estratégias de cooperação na área da defesa face aos novos desafios, que incluem o terrorismo.

Oppah Muchinguri Kashiri destacou que o Zimbabué definiu a luta contra o terrorismo na região como uma prioridade, considerando que a estabilidade dos países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral é fundamental para o desenvolvimento económico regional.

"Como responsáveis dos setores de defesa, nós somos desafiados a proteger os nossos respetivos territórios de potenciais tentativas de desestabilização, de forma a criar condições para o desenvolvimento económico", frisou a governante.

Também o ministro da Defesa de Moçambique destacou a importância da combinação de estratégias para garantir a segurança dos países membros da SADC, num contexto da existência de várias ameaças à estabilidade face à globalização.

"Os nossos setores da defesa e segurança são chamados a liderar o combate contra as várias manifestações criminosas, principalmente porque Moçambique e Zimbabué são países fronteiriços", declarou Jaime Neto.

O Zimbabué integra a missão militar da África Austral que, desde agosto, apoia Moçambique no combate contra grupos insurgentes na província de Cabo Delgado.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

Desde julho, a ofensiva das tropas governamentais com apoio externo permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas de Cabo Delgado onde havia rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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