O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, conversaram este domingo, em Roma, sobre o telefonema entre os presidentes americano e russo, Trump e Putin, previsto para segunda-feira.
Nas redes sociais, Zelensky revela que debateu com Vance as negociações em Istambul, condenando o facto de a Rússia ter enviado “uma delegação de baixo nível, composta por pessoas que não tomam decisões”.
“Reafirmei que a Ucrânia está disposta a empenhar-se numa verdadeira diplomacia e sublinhei a importância de um cessar-fogo total e incondicional o mais rapidamente possível. Abordámos igualmente a necessidade de sanções contra a Rússia, o comércio bilateral, a cooperação em matéria de defesa, a situação no campo de batalha e a futura troca de prisioneiros. É necessário exercer pressão sobre a Rússia até que esta esteja disposta a pôr termo à guerra. E, evidentemente, falámos das nossas medidas conjuntas para alcançar uma paz justa e duradoura.”
A reunião, anunciada inicialmente por um porta-voz de JD Vance, foi a primeira desde a altercação na Casa Branca no final de fevereiro.
O encontro entre os dois, que já haviam trocado um aperto de mão na manhã de domingo na Praça de São Pedro durante a missa inaugural de Leão XIV, durou "cerca de meia hora", disse à AFP uma alta autoridade ucraniana em Kiev, descrevendo a troca de cumprimentos como "normal".
Donald Trump disse no sábado que falaria por telefone com seu homólogo russo Vladimir Putin na segunda-feira para discutir o fim da guerra, antes de falar com o Zelensky e vários líderes de estados-membros da NATO.
O objetivo da ligação entre Trump e Putin será "acabar com o derramamento de sangue", declarou o presidente dos Estados Unidos em sua plataforma Truth Social.
Trump disse que esperava que fosse "um dia produtivo" e que "um cessar-fogo ocorresse" para que "uma guerra tão violenta -- uma guerra que nunca deveria ter acontecido -- chegasse ao fim".
A conversa deste domingo entre Vance e Zelensky ocorreu na residência do embaixador americano na Itália, onde se juntou a eles o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, que também estava em Roma para o início do pontificado do primeiro papa americano, Leão XIV.
O presidente ucraniano já havia sido recebido em audiência privada pela primeira vez por Leão XIV, que, na Praça de São Pedro, falou da Ucrânia como "martirizada" enquanto aguardava "negociações para uma paz justa e duradoura".
A Rússia lançou um ataque recorde de 'drones' na noite de sábado para domingo, visando diversas regiões da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, dois dias após as primeiras negociações de paz desde 2022, realizadas em Istambul, não terem conseguido produzir uma trégua.