
"Estamos a preparar-nos na Ucrânia para uma reunião com os líderes da 'coligação dos dispostos'", disse Volodymyr Zelensky durante o seu discurso por videoconferência num encontro realizado em Oslo dos líderes dos países que fazem parte da Força Expedicionária Conjunta (JEF, na sigla em inglês).
"As reuniões serão amanhã [sábado]", acrescentou o Presidente ucraniano.
A França e o Reino Unido têm liderado os esforços para criar um contingente militar que possa ser mobilizado para a Ucrânia após o fim da guerra, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022, para impedir que Moscovo volte a atacar o país vizinho.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacou recentemente o "bom progresso" do planeamento desta coligação.
A Ucrânia exige garantias de segurança e vê esta força de paz como uma alternativa à adesão à NATO quando o conflito terminar.
Embora o líder ucraniano não tenha especificado quem estará presente na reunião, a presidência finlandesa mencionou hoje uma "reunião virtual" desta coligação de apoiantes de Kiev, que incluirá o Presidente finlandês, Alexander Stubb.
Por sua vez, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, anunciou a sua participação numa "reunião entre o Presidente Zelensky e os líderes francês e britânico", sem especificar se seria 'online' ou presencial.
No âmbito da reunião hoje em Oslo, o Reino Unido e os países do norte da Europa indicaram que apoiam a proposta do Presidente dos Estados Unidos de um cessar-fogo incondicional de 30 dias na Ucrânia, afirmou o primeiro-ministro norueguês.
O líder norueguês disse que o cessar-fogo deve ser monitorizado e respeitado antes de se poder avançar para "negociações sobre as principais questões, a fim de alcançar uma paz duradoura".
A JEF integra Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega, Suécia, Países Baixos e Reino Unido, todos membros da NATO.
Estes países mantiveram conversas telefónicas separadas com o Presidente norte-americano, Donald Trump, e com Volodymyr Zelensky na quinta-feira à noite.
O pedido de cessar-fogo de Trump "é aceite e compreendido, assim como a necessidade de pressionar a Rússia a respeitar este cessar-fogo", disse o primeiro-ministro norueguês.
"Se não for respeitado, devem ser impostas sanções", acrescentou.
Trump pediu, na quinta-feira, um "cessar-fogo incondicional de 30 dias" na Ucrânia, enquanto Zelensky disse estar aberto a "todos os formatos de negociações" com a Rússia.
Tanto a Rússia como a Ucrânia "terão de ser responsabilizadas" e, se o cessar-fogo não for respeitado, "os Estados Unidos e os seus parceiros vão impor novas sanções", ameaçou Trump.
O líder norueguês Jonas Gahr Støre disse tratar-se de "uma abordagem concertada que está atualmente a ser adotada pelos Estados Unidos, pelos europeus e pela Ucrânia".
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
HB (PNG) // SCA
Lusa/Fim