Estas serão as decisões mais relevantes da noite eleitoral:

CONGRESSO

- Câmara de Representantes

Os 435 assentos na Câmara dos Representantes serão renovados, havendo atualmente maioria democrata de 237-197.

As sondagens apontam para uma possível expansão do controle dos democratas e a presidente da câmara, a deputada Nancy Pelosi, já anunciou que tentará permanecer no cargo.

Entre as figuras em ascensão está a jovem estrela democrata Alexandria Ocasio-Cortez, que deve manter o seu lugar.

- Senado

No senado, o resultado é mais incerto e será um dos pontos mais importantes da noite eleitoral.

Os republicanos controlam a câmara alta por uma margem estreita: 53-47.

Desta vez, apenas 35 dos 100 senadores são renovados.

Os democratas consideram possível conquistar a maioria, já que 23 desses 35 estão agora nas mãos dos republicanos, e muitos deles enfrentam disputas renhidas.

O controlo do senado é fundamental, pois é aí onde se confirmam os altos cargos do Governo e dos juízes do Supremo Tribunal Federal.

GOVERNADORES

Os governadores de 11 dos 50 estados do país também são decididos nesta votação: Missouri, Montana, Carolina do Norte, New Hampshire, West Virginia, Delaware, Indiana, Dakota do Norte, Utah, Vermont e Washington.

Nos EUA, os estados têm ampla margem de autonomia, pelo que controlar as casas dos governadores é uma importante alavanca de poder.

COLÉGIO ELEITORAL

A eleição presidencial nos Estados Unidos não resulta do voto direto dos cidadãos, mas é o Colégio Eleitoral, de 538 membros, distribuídos na proporção da população de cada estado, que decide a vitória de um candidato.

Para alcançar a vitória, são, assim, necessários mais de 270 votos do Colégio Eleitoral.

Há quatro anos, embora Trump tenha tido cerca de 3,2 milhões de votos a menos do que sua rival democrata Hillary Clinton, o candidato republicano conquistou a vitória conseguindo mais votos no Colégio Eleitoral.

ESTADOS-CHAVE

Dado que a maioria dos estados vota de forma inequívoca e repetida num dos partidos, tudo é decidido num punhado de estados, cerca de uma dúzia.

Como as tendências demográficas mudaram a face do país, os tradicionais Ohio (20 eleitores) Florida (29), Pensilvânia (20), Ohio (18) e Carolina do Norte (15) juntam-se, desta vez, a vários estados do cinturão industrial, como Wisconsin (10) e Michigan (16), e do oeste, como Arizona (11) e Nevada (6).

O QUE MAIS SERÁ VOTADO

Nestas eleições, uma série de iniciativas populares também são votadas, de acordo com cada estado.

Eleitores em quatro estados (Dakota do Sul, Nova Jersey, Arizona e Montana) decidirão se legalizam o uso recreativo da marijuana.

Na Florida, será votado o aumento progressivo do salário mínimo de 10 dólares (cerca de 8,5 euros) por hora, em 2021, para 15 dólares (cerca de 13 euros) por hora, em 2026.

No Texas, a proposta número 4 procura endossar o apoio explícito ao muro de fronteira com o México: "O Texas deve apoiar a construção de uma barreira física ou muro e o uso de equipamentos de vigilância de defesa existentes ao longo de toda a fronteira sul do estado?", lê-se no texto do boletim.

QUANDO SERÃO CONHECIDOS O RESULTADOS FINAIS

Normalmente, os norte-americanos vão para a cama tarde, na terça-feira das eleições de novembro, mas já a saber quem é o novo Presidente, mas este ano a questão não parece tão clara.

A pandemia fez disparar o número de votos pelo correio e, se o resultado for muito competitivo, pode demorar dias para se saber o resultado, já que todos esses votos terão de ser contados.

Embora as sondagens atribuam vantagem ao candidato democrata Joe Biden, alguns estados preveem um resultado muito próximo.

A situação na Florida, por exemplo, antecipa um empate técnico, podendo ser necessário esperar até à contagem do último voto.

Somam-se a isso as insinuações do Presidente Trump de possível fraude eleitoral e a possibilidade de serem questionados os resultados em caso de vitória de Biden.

RJP // ANP

Lusa/Fim