
Este é o maior resultado para o mês de julho da série histórica, iniciada em 2000, e a terceira subida seguida no ano, com algumas categorias apresentando resultados acima dos registados no período que antecedeu a pandemia de covid-19, segundo o órgão de estatísticas do Governo brasileiro.
Assim, o setor segue em recuperação depois de ser fortemente atingido pelas medidas de isolamento social impostas para conter a expansão da covid-19, que já deixa quase 4,2 milhões de infetados e 128.539 de mortos no Brasil.
"Até junho, houve uma espécie de compensação do que ocorreu na pandemia, então em julho a recuperação já tem um excedente de crescimento", avaliou o gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos.
O mesmo especialista acrescentou que o resultado na passagem de junho para julho também posiciona o retalho brasileiro no nível recorde, atingido em outubro de 2014.
"O ponto mais baixo em relação ao patamar recorde foi de -22,8% em abril de 2020. Em maio, a distância diminuiu para -12,5%, de volta ao patamar da crise de 2016 e, em junho, o varejo ficou a -5%. Agora em julho, estamos a -0,1%, praticamente no nível recorde da série", apontou Santos.
Apesar dessa recuperação, todas as projeções divulgadas até ao momento indicam que o Brasil fechará 2020 com uma contração histórica do Produto Interno Bruto (PIB) que, segundo o Governo, ficará entre 4% e 5%, embora organismos internacionais indiquem uma queda entre 8% e 9%.
De facto, o Brasil já está numa "recessão técnica", depois de a sua economia ter recuado 9,7% no segundo trimestre deste ano em relação aos três primeiros meses do ano, quando a contração da economia foi menor (-2,5%).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 904 mil mortos e quase 28 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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