
"O preço vai passar dos atuais 1,75 meticais (0,02 cêntimos de euro) por quilómetro para cada passageiro para 2 meticais (0,03 cêntimos de euro). Portanto, é um aumento de 0,25 centavos", explicou à Lusa o presidente da Fematro, Castigo Nhamane.
Com o aumento, a viagem entre Maputo e Xai-Xai, o destino mais curto dos transportes interprovinciais, passa de 360 meticais (seis euros) para 500 meticais (oito euros), enquanto o percurso mais longo (Maputo -- Lichinga) vai passar dos 4.900 meticais (75 euros) para 6 mil meticais (92 euros).
"Este aumento está ligado a situação geral dos custos de operação e, na verdade, os transportadores não estão tão confortáveis. Mas sabem que não dá para subir mais. Aliás, se os transportadores olhassem para a má condição da Estrada Nacional Número 1, o aumento seria maior", declarou Castigo Nhamane.
A subida dos preços do transporte tem sido um dos principais temas de debate nas últimas semanas em Moçambique, após os "chapas", veículos ligeiros que servem de transporte dentro das cidades, terem paralisado, na segunda-feira, as suas atividades em protesto contra o agravamento do custo dos combustíveis, provocando longas filas e confusão nalgumas zonas da capital moçambicana.
Há uma semana, a Autoridade Reguladora de Energia (Arene) de Moçambique anunciou a terceira subida de preço dos combustíveis deste ano, com o gás de cozinha a subir quase 20%.
A guerra na Ucrânia e as pressões inflacionistas globais conduziram aos novos preços, que entraram em vigor no sábado em Moçambique.
A gasolina subiu de 83,30 meticais (1,24 euros) por litro para 86,97 meticais (1,30 euros) e o gasóleo passou de 78,97 meticais (1,18 euros) para 87,97 meticais (1,32 euros) por litro.
Em 2008 e 2010, o aumento do preço de transporte rodoviário, acompanhado do agravamento do custo dos bens e serviços essenciais, gerou revoltas populares nalgumas das principais cidades do país, resultando em confrontos com a polícia e destruição nalguns locais.
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