"Nós esperamos que as manifestações ocorram com calma, mas o nosso comportamento, dos manifestantes, há de depender inegavelmente do comportamento das forças da ordem do Estado invasor e ocupante angolano, ou seja, se eles forem pacíficos, nós também seremos pacíficos, mas se forem brutos também seremos brutos com eles", disse Filipe Macaia.
Em declarações por telefone à Lusa a partir de Cabinda, o secretário-geral do MIC afirmou que o objetivo das manifestações convocadas para terça-feira é mostrar a vontade do povo em conseguir a independência de Angola por via política e pacífica.
"Entendemos em optar pelo referendo por ser uma alternativa política que contextualiza a nova dinâmica cabindense, paralelamente ao referendo, enquadra-se na dinâmica internacional e entendemos que o referendo vai, de certa forma, produzir uma solução democrática e que possa refletir a ambição do povo de Cabinda", disse o dirigente.
Para Filipe Macaia, "o referendo não é uma indecisão política" em que "no MIC ou o povo de Cabinda não sabem o que quer".
"O povo de Cabinda quer a independência, [o referendo será] o modelo de confirmação de que o povo de Cabinda quer ser condutor do seu próprio destino político", acrescentou.
Questionado sobre como está a situação no enclave nos últimos dias, Macaia respondeu que "a situação está aparentemente pacífica, mas não é pacífica porque as forças de segurança e o do estado invasor de Angola estão a trabalhar no sentido de dissuadirem a realização das manifestações".
O MIC convocou para terça-feira um conjunto de manifestações destinadas a mostrar a vontade do povo em usar o referendo para se desvincular do Estado angolano e para chamar a atenção da comunidade internacional para as suas pretensões.
"Que possa depor as armas, porque quanto mais arrogante politicamente for o Governo de Angola, nós também havemos de ser radicais, ou seja, a nossa radicalização está dependente do comportamento animalesco do Governo angolano", concluiu o dirigente.
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