Mário Centeno falava hoje na apresentação do boletim económico de março, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, quando voltou a apelar para que se evitem pressões adicionais sobre os preços, apontando duas áreas fundamentais: salários e margens de lucros.

O governador do Banco de Portugal (BdP) defendeu que "os salários devem evitar crescer acima da produtividade, porque colocarão, nesse contexto, uma pressão sobre os preços e, portanto, sobre a política monetária.

"Não é pressão sobre bancos centrais, é pressão sobre todos nós", realçou.

Defendeu ainda que a nova fase que agora se inicia "que não se compadece com aumentos das margens de lucros".

"Um ponto percentual nos salários e nas margens de lucros vai refletir-se nos preços, criar resistência a que a inflação desça, vai pôr pressão na política monetária e é um comportamento míope, que no médio prazo -- e o médio prazo é amanhã -- vai reverter qualquer ganho quer salarial, quer de margens de lucro", disse.

Para Centeno, este "é um problema de coordenação" e "credibilidade de política monetária".

Este é um alerta que o governador tem vindo a reforçar nos últimos meses, como elemento fundamental para que o Banco Central Europeu (BCE) cumpra o seu objetivo.

AAT // CSJ

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