De acordo com a Proteção Civil e a imprensa local, o número subiu após terem sido registados os óbitos de 11 crianças e seis mulheres em El Tarf, no extremo leste do país, perto da fronteira com a Tunísia, cinco pessoas em Souk Ahras, uma em Guelma (leste) e duas mulheres em Sétif.

Foram ainda registados 200 feridos, incluindo 10 bombeiros.

O Ministério da Justiça da Argélia abriu uma investigação para determinar se os fogos foram de origem criminosa após o ministro do Interior ter dito que "alguns dos incêndios foram postos".

Segundo a Proteção Civil, ainda estão em curso 24 incêndios em sete cidades.

Nas últimas 24 horas, 1.700 bombeiros foram mobilizados para combater as chamas em 118 habitações em 21 províncias.

Todos os anos, o norte daquele país africano é afetado por incêndios florestais, mas esse fenómeno acentua-se de ano para ano devido às alterações climáticas, que aumentam a probabilidade de ondas de calor e secas e, por extensão, fogos.

O primeiro-ministro argelino, Aymen Benabderrahmane, que chegou hoje a El Tarf, apresentou as condolências do chefe de Estado do país, Abdelmadjid Tebboune, e às famílias e garantiu que as "autoridades estão a implementar todos os meios" para tratar os feridos e extinguir os fogos ativos.

Perto de Souk Ahras, a sul de El Tarf, cinco incêndios ainda não foram dominados. Na quarta-feira, pelo menos 350 famílias tiveram que abandonara as suas casas e um hospital teve de ser evacuado.

A Argélia cancelou recentemente um contrato para receber sete aviões bombardeiros de água de uma empresa espanhola, na sequência de um desentendimento com Madrid após a sua reversão a favor da posição marroquina no dossier do Saara Ocidental.

O país tem uma área florestal limitada de 4,1 milhões de hectares, com uma taxa de reflorestamento escassa de 1,76%.

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