Rutte foi recebido hoje de manhã por Meloni no Palácio Chigi, em Roma, antes de participar numa reunião de chefes de diplomacia no formato Weimar+, o grupo de nações que lideram o apoio a Kiev.

Além dos países do «triângulo de Weimar» - Alemanha, França e Polónia -, integra ainda Itália, Reino Unido e Espanha, além de representantes da Ucrânia, da União Europeia e da NATO.

De acordo com uma nota publicada pelo executivo de Meloni, "o encontro permitiu um intercâmbio aprofundado para preparar a próxima cimeira da NATO", que terá lugar em Haia a 24 e 25 de junho, "com especial referência às despesas de segurança coletiva e à construção de uma indústria de defesa cada vez mais inovadora e competitiva, em complementaridade com a União Europeia".

"Durante as conversações, foi reafirmado o apoio à Ucrânia e o papel da Aliança Atlântica como pilar indispensável da defesa coletiva, bem como a importância de uma abordagem global da segurança euro-atlântica", conclui o comunicado do Palácio Chigi.

À chegada à reunião do grupo Weimar+, Rutte lembrou a proposta que formalizou na semana passada e que será discutida pelos Aliados em Haia, para um aumento dos investimentos em Defesa para os 5% do PIB (Produto Interno Bruto), a dividir entre "gastos puros" com capacidades (3,5%) e investimentos relacionados com a defesa e a segurança, como infraestruturas e indústria (1,5%).

"É uma discussão que está agora a ter lugar", afirmou o secretário-geral da Aliança Atlântica, ladeado pelo anfitrião da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, com quem também manteve um encontro bilateral.

Já Tajani expressou confiança num acordo entre os Aliados sobre o aumento de despesa em Defesa ainda antes da cimeira de líderes em Haia dentro de menos de duas semanas, mas advertiu que "serão necessários pelo menos 10 anos para alcançar os objetivos" que estão agora a ser fixados, por insistência do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Em 2014, os líderes dos Estados-membros da NATO concordaram atribuir pelo menos 2% dos respetivos PIB aos orçamentos nacionais de defesa ao longo de uma década, embora vários, incluindo o Canadá e também Portugal, tenha ficado aquém dessa meta, assim como Itália, que, em 2024, consagrou 1,5% do seu PIB à Defesa.

No entanto, de regresso à Casa Branca, em janeiro passado, Trump insiste que os Aliados consagrem 5% dos respetivos PIB à Defesa, proposta que o secretário-geral da NATO apoiou oficialmente na semana passada.

Nas curtas declarações à imprensa ao lado de Rutte, o chefe de diplomacia e vice-primeiro-ministro italiano advertiu que "aumentar as tarifas e aumentar os gastos em segurança são duas coisas que chocam entre si, pelo que assim vai ser difícil alcançar alguns objetivos se houver um aumento das tarifas", numa crítica velada à guerra comercial desencadeada por Trump.

ACC//APN

Lusa/Fim