A divulgação de dados finais sobre o ano de 2023 na área da Saúde na Região Autónoma da Madeira (RAM) revela a melhoria em vários indicadores (mas também a degradação de outros), bem como algumas alterações que a informação preliminar teria deixado em aberto. De acordo com a DREM, a publicação 'Estatísticas da Saúde da Região Autónoma da Madeira 2023' "compila um conjunto de dados estatísticos desse ano sobre a Saúde na RAM, divulgados já este ano e durante 2024", frisando que "apesar desta publicação ter como referência o ano de 2023, no capítulo dos hospitais disponibilizou-se também informação mais detalhada com os resultados definitivos de 2022", aponta.

Assim, "a publicação está organizada em diferentes capítulos: Principais indicadores e Estado de saúde, Pessoal de saúde, Hospitais, Farmácias, Postos farmacêuticos móveis e Locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica, Vacinação, Partos e Mortalidade por causas de morte", alguns dos quais com significativas melhorias.

Foto DREM
Foto DREM dnoticias.pt

Destacam-se os principais resultados:

"Indicadores do Estado de saúde – 48,8% dos indivíduos com 16 ou mais anos declararam o seu estado de saúde como “Muito bom ou Bom” e 47,6% declararam possuir alguma doença crónica ou problema de saúde prolongado.

  • 48,8% dos indivíduos com 16 ou mais anos residentes na RAM fizeram uma autoapreciação do seu estado de saúde como “Muito bom ou bom”, representando um acréscimo de 3,4 pontos percentuais (p.p.) face a 2022;
  • 47,6% dos indivíduos residentes (com 16 ou mais anos), declararam possuir uma doença crónica ou problema de saúde prolongado (+3,3 p.p. que em 2022);
  • 34,9% da população madeirense com 16 ou mais anos sentiu-se limitada na realização das atividades devido a um problema de saúde (+1,7 p.p. que em 2022).

Pessoal de Saúde – Aumentou o número de médicos (+4,3%), enfermeiros (+3,8%) e farmacêuticos (+1,1%), mas diminuiu o número de médicos dentistas (-1,7%).

  • Na RAM estavam inscritos na Ordem dos Médicos 1 375 médicos, mais 57 (+4,3%) que no ano anterior (1 318 médicos). Em média, existiam na Região 5,4 médicos por mil habitantes (5,2‰ em 2022);
  • Na Ordem dos Médicos Dentistas estavam inscritos 236 médicos dentistas, menos 4 que em 2022;
  • De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, exerciam a sua atividade na RAM 2 647 enfermeiros, mais 3,8% que em 2022 (2 551). Em média, existiam 10,3 enfermeiros por cada 1 000 habitantes (10,0 em 2022);
  • O número de farmacêuticos inscritos na respetiva Ordem, a exercer a atividade na RAM, situou-se em 274 profissionais, mais 3 que em 2022, correspondendo a 1,07 farmacêuticos por mil habitantes (igual em 2022).

Hospitais – Aumentou o número de internamentos, cirurgias e atendimentos em serviços de urgência, mas diminuíram as consultas médicas na unidade de consulta externa.

  • Na RAM existiam 10 hospitais: 3 oficiais e 7 particulares;
  • Contabilizaram-se 2 066 camas de internamento nos hospitais da RAM, correspondendo a um rácio de 8,1 camas por 1 000 habitantes (8,3 em 2022);
  • O pessoal ao serviço nos hospitais totalizou 5 087 profissionais de saúde (5 014 em 2022). Entre estes, contabilizaram-se 584 médicos, 1 546 enfermeiros, 272 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 1 539 assistentes operacionais;
  • O número de internados fixou-se em 27,0 mil indivíduos (26,3 mil em 2022), correspondendo a 584,7 mil dias de internamento. A duração média dos internamentos nos hospitais da Região foi de 21,7 dias;
  • Foram legalmente efetuadas 248 interrupções voluntárias da gravidez, mais 24 que no ano anterior;
  • Foram realizadas 374,0 mil consultas médicas na unidade de consulta externa dos hospitais, valor superior em 17,2% ao registado em 2022 (319,1 mil consultas);
  • Contabilizaram-se 94 teleconsultas nos hospitais da Região;
  • Em média foram efetuadas cerca de 51 cirurgias (exceto pequenas cirurgias) por dia nos hospitais da RAM (34 nos hospitais públicos). O valor médio global traduz um acréscimo de 5 cirurgias/dia face a 2022;
  • Nas urgências dos hospitais da RAM, foram realizados 158,3 mil atendimentos, correspondendo a um aumento de 0,7% face a 2022 (157,1 mil atendimentos);
  • Em hospital de dia, 10,5 mil doentes receberam cuidados de saúde, com a realização de 52,7 mil sessões de tratamento. Estes valores representam uma diminuição de 2,1% no número de doentes e de 14,4% no número de sessões em relação a 2022;
  • Foram realizados 6,4 milhões de atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica, representando uma diminuição de 6,5% face a 2022;
  • Os hospitais públicos admitiram 120 doentes em hospitalização domiciliária, totalizando 1 033 dias de estadia e 1 119 visitas por profissionais da Unidade de Hospitalização Domiciliária.

Farmácias – Número de farmácias manteve-se.

  • Existiam na RAM 65 farmácias, 1 posto farmacêutico móvel e 23 locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica;
  • Em média, a RAM dispunha cerca de 26 farmácias e postos farmacêuticos móveis por 100 mil habitantes.

Vacinação – Forte quebra de inoculações da COVID-19 foi determinante para a redução no total de inoculações administradas na Região.

  • No âmbito do Plano Regional de Vacinação (PRV) administraram-se 53 888 inoculações, o que traduziu um decréscimo de 3,5% face a 2022 (55 822);
  • No modo Extra PRV foram efetuadas 67 971 inoculações, valor que diminuiu 51,6% comparativamente ao ano anterior;
  • O número de inoculações da vacina contra a COVID-19 (86 501) diminuiu 81,6% face a 2022.

Partos - Partos diminuíram 0,5%.

  • Na RAM, foram realizados 1 733 partos em parturientes residentes na RAM, significando uma diminuição de 0,5% face a 2022 (1 742 partos);
  • 77,8% dos partos foram de mães com idade entre os 25 e os 39 anos (1 348 partos);
  • A percentagem de parturientes com 40 ou mais anos foi a segunda mais elevada de sempre (9,2%), abaixo dos 9,5% registados em 2022.

Mortalidade por Causas de Morte - Doenças do aparelho circulatório permaneceram como a principal causa de morte na Região, causando em média dois óbitos por dia.

  • Registaram-se 2 791 óbitos de residentes na RAM, representando uma diminuição de 10,1% face a 2022 (3 104 óbitos);
  • As doenças do aparelho circulatório continuaram a ser a principal causa de morte na RAM, com 720 dos óbitos (-8,5% em relação a 2022), correspondendo a uma taxa de 282,0 óbitos por 100 mil habitantes (310,6 em 2022);
  • Os tumores malignos permaneceram como segunda causa de morte na Região, com 649 óbitos (-1,2% face a 2022), equivalendo a uma taxa de mortalidade de 254,2 óbitos por 100 mil habitantes (259,3 em 2022);
  • As mortes causadas por doenças do aparelho respiratório foram a terceira causa de morte, registando 422 óbitos (-3,0% face a 2022), o que resultou numa taxa de mortalidade de 165,3 óbitos por 100 mil habitantes (171,7 em 2022);
  • A doença COVID-19 foi responsável por 41 óbitos na RAM, representando uma redução de 214 óbitos em comparação com 2022. Estes óbitos corresponderam a 1,5% da mortalidade total em 2023, traduzindo uma taxa de mortalidade de 16,1 óbitos por 100 mil habitantes."