O primeiro-ministro espanhol e líder do PSOE considera que tentou tudo, mas que as "forças conservadoras" e "uma força política de esquerda" tomaram a decisão de "bloquear a formação do Governo que os espanhóis reclamaram", aproveitando para, perante o cenário de eleições em 10 de novembro, pedir "uma maioria clara".

"(Pablo) Iglésias vai a caminho de um recorde: é a quarta vez que o Unidas Podemos impede um governo progressista", afirmou hoje Pedro Sánchez, referindo-se ao falhanço negocial com o seu parceiro de eleição e à necessidade de levar os eleitores espanhóis pela quarta vez às urnas, num período de menos de quatro anos.

Sánchez também não poupou nas críticas o partido de Alberto Rivera, dizendo que o "Cidadãos não é liberal nem do centro", referindo-se à incapacidade de decisão política deste movimento.

Quase cinco meses depois das eleições legislativas ganhas pelo líder do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), Pedro Sánchez, em 28 de abril último, o país continuava num impasse político, levando hoje o rei de Espanha, Felipe VI, a não o propor como candidato a ser reconduzido como primeiro-ministro, ficando a 48 horas de dissolver o parlamento e marcar novas eleições, em 10 de novembro.

"Pedimos aos espanhóis uma maioria clara em 10 de novembro", disse hoje o líder socialista, após os fracassos de negociações que duraram várias semanas.

"Tentámos de tudo, mas eles tornaram impossível (uma solução)", explicou Pedro Sánchez, após mais uma ronda de consultas com o rei e referindo-se ao Unidas Podemos com quem tentou estabelecer condições para uma solução governativa, a quem fez várias propostas, que sucessivas vezes foram recusadas.

"Infelizmente, os conservadores espanhóis têm pouco a ver com os europeus e optaram por desentender-se", disse Sánchez, a propósito do Cidadãos e da sua incapacidade para entender a utilidade de apoios parlamentares.

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