"Nós temos de fazer exatamente o contrário daquilo que tem sido feito, ou seja, se nós queremos ter melhores empregos para as pessoas e melhores salários temos de começar por começar a dirigir os apoios de uma forma equilibrada e lícita (...) às unidades produtivas, para quem cria esses empregos que nós queremos melhorar, que são as empresas", declarou.

Rui Rio discursava no final de um almoço com a Confederação de Turismo de Portugal, num hotel em Lisboa, onde ouviu queixas sobres os pesados custos fiscais para as empresas do setor e para que a estagnação que tem sofrido nos últimos anos, agravada pela pandemia de covid-19.

"Como é que eu não posso ser aliado das empresas quando o que eu quero é que as empresas cheguem ao meu objetivo, que é ter melhores empregos e uma sociedade a viver melhor?", questionou, perante uma sala com dezenas de empresários e agentes do turismo.

Segundo Rui Rio, a carga fiscal em 1995, "quando o PS iniciou este ciclo de muitos anos a governar", representava 29% do PIB [Produto Interno Bruto] e hoje representa cerca de 36.5%", no entanto, os serviços públicos não melhoraram "na mesma escala com que subiram os impostos" que os portugueses pagam "para que sejam efetivamente melhores".

Sublinhando que a dívida pública nessa altura era de 60% do PIB e que agora é cerca do dobro, o presidente do PSD insistiu em que este não é o modelo certo para o desenvolvimento do país , seja para criar melhores empregos e salários ou criar mais qualidade de vida.

"Não podemos fazer isto ao longo dos anos", resumiu, acrescentando ter "muito respeito" pelos funcionários públicos, setor que conheceu de perto durante os 12 anos em que foi presidente da Câmara do Porto, afirmando que tanto os melhores como os piores profissionais que já encontrou na sua vida foi na Função Pública.

"O melhor que eu vi foi na Função pública. E o pior que eu vi foi na Função Pública. Gente que não ganha nem mais um tostão e é de uma dedicação e de um conhecimento absolutamente notável", concluiu.

MAD // SF

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