Durante uma recente visita ao país, devastado pela guerra, o comissário europeu falou de um "ecocídio".

Destruição em massa de florestas, terras agrícolas minadas e poluídas por substâncias químicas espalhadas por armamento e munições, cursos de água e solos contaminados ao redor de instalações industriais bombardeadas, além da destruição de infraestruturas e de vidas humanas foram alguns aspetos mencionados por Virginijus Sinkevicius.

"Há que olhar para a dimensão da catástrofe causada pela estratégia russa: há vidas e destinos humanos desfeitos, famílias separadas e, também, danos ambientais. Quando se chega à floresta e se veem 700 hectares destruídos, explodidos e reduzidos a trincheiras, é de partir o coração, é um crime de grande envergadura", referiu o responsável da EU.

Em 23 de junho, Virginijus Sinkevicius tinha constatado estes danos nas áreas florestais à volta de Kiev.

"Serão necessárias gerações para reparar este ecocídio. Mas vamos fazê-lo, a Ucrânia recuperará o seu meio ambiente único", escreveu o comissário no Twitter, apesar de a qualificação de ecocídio ainda não fazer parte do universo legislativo da UE.

O comissário europeu acrescentou que o custo ambiental "está a aumentar todos os dias", à medida que são bombardeadas centrais químicas, tomadas centrais nucleares, atacadas estações de tratamento de água e existem fugas de esgotos.

"Assim, os níveis de poluição estão a aumentar" e, além das bombas e outras munições lançadas em território ucraniano, "há milhares de toneladas de equipamento militar russo destruído, resíduos metálicos com óleo queimado" e substâncias potencialmente tóxicas, vincou.

Uma conferência nos dias 4 e 5 de julho, em Lugano (Suíça) reunirá os aliados da Ucrânia, instituições internacionais e o setor privado para elaborar um "Plano Marshall" para a reconstrução do país e este programa terá "absolutamente" de incluir uma componente ambiental, preconizou Virginijus Sinkevicius.

AYR // RBF

Lusa/Fim.