O valor é referente à reabilitação de infraestruturas em pelo menos sete distritos afetados pelo terrorismo, nomeadamente Mocímboa da Praia, Palma, Quissanga, Muidumbe, Macomia, Meluco e Ibo, indica um documento de avaliação feito pelo Ministério da Administração Estatal e Função Pública, citado hoje pelo diário Notícias.

A maior parte do valor vai ser aplicada na reconstrução de infraestruturas do Estado em Mocímboa da Praia, distrito que esteve por quase um ano e meio tomado pelos rebeldes e que foi por muito tempo apontado como a "base" dos insurgentes.

"Todos os distritos necessitarão de adquirir equipamento para apetrechamento e ainda meios circulantes", refere ainda o Ministério da Administração Estatal e Função Pública.

No geral, o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado, aprovado pelo Conselho de Ministros de Moçambique em setembro do ano passado, está orçado em 256 milhões de euros e visa responder à destruição, bem como à crise humanitária provocada pelos ataques armados que eclodiram na província em 2017.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.

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