Três dos mortos são menores de quatro anos, o outro é um adulto de 30, todos vítimas da forte corrente das águas dos rios, que tem aumentado com as últimas chuvas que caem naquela província.

O primeiro caso ocorreu entre os bairros de Murrapaniua e Moatala, onde uma criança de quatro anos, que brincava próximo ao rio Nicuta, e um adulto de 30 anos, que tentava atravessar para a outra margem, foram arrastados pela correnteza do rio.

"As vítimas foram arrastadas pela fúria das águas do rio Nicute, que passa por vários bairros da cidade de Nampula", disse à Lusa o porta-voz da Polícia da República de Moçambique [PRM] em Nampula, Zacarias Nacute.

Um trabalho conjunto entre a PRM e o Serviço Nacional de Salvação Pública (Sensap) facilitou a localização dos corpos, que já foram entregues às famílias, acrescentou.

Por sua vez, no sábado, uma canoa que transportava quatro pessoas da mesma família naufragou num rio no distrito de Lalaua, matando duas crianças, de dois e quatro anos.

"As duas crianças morreram, apenas o pai e a mãe é que conseguiram salvar-se", disse à Lusa a administradora do distrito de Lalaua, Alzira Samuel.

Segundo a administradora, o corpo de uma das menores foi recuperado na segunda-feira e o outro no sábado.

O mau tempo que se regista em Nampula afetou cerca de 130 pessoas e destruiu total e parcialmente 37 casas.

Dados gerais avançados no dia 02 de janeiro pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) indicavam que 47.572 pessoas foram afetadas, cinco morreram e outras 53 ficaram feridas devido aos efeitos combinados da época chuvosa em curso desde outubro em Moçambique.

O Governo moçambicano emitiu um alerta laranja para todas as províncias do país, como forma de dar celeridade à mobilização de recursos para ajudar as vítimas e dar resposta aos danos registados, tendo em conta que a época chuvosa no país só termina em abril.

No ano passado, dois ciclones atingiram o centro e norte de Moçambique, causando 648 mortes e afetando mais de 1,5 milhões de pessoas, além de destruir várias infraestruturas.

Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.

No total, 714 pessoas morreram durante o período chuvoso em 2018/2019, 648 das quais vítimas dos ciclones Idai e Kenneth.

EYAC // JMC

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