No momento em que, esta manhã, era discutido um projecto de resolução do PSD que criticava eventuais planos para a gestão centralizada em Lisboa dos fundos europeus, no que pode resultar na perda de poder por parte das regiões autónomas, o deputado Victor Freitas (PS) questionou a bancada social-democrata sobre a razão de o Governo Regional nunca recorrer ao único eurodeputado madeirense no Parlamento Europeu, o socialista Sérgio Gonçalves, para interceder e influenciar a favor dos interesses regionais. Para Victor Freitas, tal atitude parece denotar “uma certa xenofobia partidária por parte do Governo Regional”.

Na reacção, Bruno Macedo (PSD) disse: “O PS gosta de dizer que tem um deputado eleito ao Parlamento Europeu. É verdade. Mas, sejamos honestos, o que tem a Madeira ganho com a sua presença?”. O deputado social-democrata referiu que não se conhece nenhuma posição de condenação ou repúdio por parte de Sérgio Gonçalves sobre os planos para a futura gestão centralizada dos fundos europeus. Bruno Macedo insinuou mesmo que o eurodeputado socialista está em Bruxelas apenas de “corpo presente” e actua como uma “caixa de ressonância dos grandes interesses instalados” na Europa e “não interessa para nada”. Comparou-o mesmo a “um guarda-chuva aberto dentro de casa”, que “só atrapalha”.

Bruno Macedo reconheceu que o seu partido não tem um eurodeputado em Bruxelas e gostaria de tê-lo para influenciar nas decisões. Em alternativa, conta com o apoio de um eurodeputado eleito pelos Açores.