
"Em janeiro deste ano, fizemos uma carta reivindicativa ao Governo, sentámo-nos, dialogámos, assinámos um memorando e nada foi cumprido por parte do Governo. As coisas vão piorando cada dia que passa e nós tomámos a decisão de avançar" com a greve, explicou a porta-voz dos sindicatos dos profissionais de saúde, Benvinda Vera Cruz.
Segundo Benvinda Vera Cruz a decisão foi aprovada "unanimemente" durante uma assembleia geral realizada hoje com os profissionais de saúde pertencentes aos quatro sindicatos do setor, médicos, técnicos, enfermeiros e parteiras, e dos serviços gerais da saúde.
"Nós tivemos esse encontro com os membros, porque o problema afeta todas as classes dos profissionais, por isso mesmo nós convidamos todos os trabalhadores da saúde, numa assembleia que tivemos hoje e toda gente unanimemente" aprovou a paralisação, explicou a médica Benvinda Vera Cruz.
Os profissionais da saúde exigem credibilidade ao Governo na resolução das principais "reivindicações de sempre" que a classe tem apresentado, tendo citado a degradação das "condições de trabalho, a "falta de medicamentos e consumíveis" e os problemas no fornecimento energético hospitalar.
"Deem-nos essas mínimas condições para a gente trabalhar com dignidade", apelou, salientando que a falta de condições "já começa a stressar" os profissionais da saúde que acabam por ser considerados "os culpados" e "crucificados por tudo" de mal que o sistema apresenta.
Benvinda Vera Cruz denunciou ainda que o recinto do hospital tem sido invadido por "cães que tentam morder e atacar as pessoas", incluindo os profissionais de saúde, e verificou-se que colónias de ratos "criaram vários túneis nos edifícios".
A representante dos profissionais da saúde avançou que reuniram na quinta-feira com o Ministro das Finanças e do Trabalho, mas o encontro não foi conclusivo.
JYAF // PJA
Lusa/Fim