
Uma ação de sensibilização sobre a problemática da poluição dos oceanos foi promovida na passada segunda-feira, 2 de Junho, pelo Clube de Ecologia Barbusano, da Escola Secundária de Francisco Franco, que contou com uma plateia interessada em ouvir o orador convidado, Hélder Spínola, professor na Universidade da Madeira.
De acordo com resumo enviado, "este investigador destacou que a água cobre cerca de 70% da superfície do nosso planeta, tendo relembrado a célebre frase de Iuri Gagarin 'A Terra é azul', quando este a viu do espaço. Neste sentido, alertou para o facto de, durante muito tempo, a Humanidade ter encarado os oceanos como 'um poço sem fundo', e para o qual se lançou e continua a lançar, esgotos e resíduos de uma forma irresponsável, o que está a ameaçar a vida marinha e não só".
E acrescenta: "Os plásticos e outros resíduos foram observados não apenas no tubo digestivo de alguns animais marinhos, mas perigosamente entraram na cadeia alimentar, tendo já sido encontrados microplásticos no leite materno humano. Enfatizou, igualmente, que os oceanos desempenham um papel importante na regulação do clima a nível global, mas que esta função se encontra ameaçada devido ao aquecimento global, em resultado das elevadíssimas emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera."
O professor e ambientalista "alertou para a importância da redução da produção de resíduos e a sua correta deposição nos contentores apropriados", refere o clube. "Referiu que foi somente na década de oitenta que se deu início à sua recolha, tendo sido o município do Funchal o pioneiro. Antes, os resíduos eram lançados nas ribeiras e linhas de água de menor dimensão, assim como nas escarpas e em outros locais de menor visibilidade. Situação que presentemente é possível ainda constatar".
Já no período de debate, "alertou-se para a necessidade de adotar hábitos alimentares que possam evitar a produção de resíduos de embalagens, tendo sido feita referência à imensa oferta de comida pronta para consumo, nas grandes superfícies e não só", resume. "Com o propósito de contribuir para um melhor ambiente, sugeriu-se a confecção da própria comida pelos cidadãos, como era prática comum, com reflexos positivos também para a saúde dos consumidores", conclui.