
"Devemos dignificar os nossos mártires com mais e mais trabalho, solidariedade e paz. É necessário que a juventude continue a marchar para dar continuidade à nossa história, prosseguir esse caminho da liberdade, com paz social e esperança num futuro melhor", disse o chefe de Estado.
Evaristo Carvalho falava no final da celebração do 77.º aniversário do massacre de 1953, levado a cabo pelas tropas coloniais portuguesas que se iniciou na vila de Batepá, no distrito de Mé Zóchi, fazendo mais de 1000 mortos.
O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, defendeu, por seu lado, que a juventude não deve tornar-se "escrava do dinheiro e de outros bens materiais".
"Hoje, mais do que nunca, não podemos tornar-nos escravos do dinheiro, do material. Há outros valores mais altos: o da coesão nacional, da estabilidade política, da solidariedade e do compromisso com o desenvolvimento", afirmou, deixando um aviso: "O subdesenvolvimento pode levar-nos a cair na cova da escravatura".
O chefe do executivo pediu a "determinação da juventude para poder virar a página e ultrapassar o ciclo da pobreza" para que o país se possa "libertar dessa dependência económica", algo que, lamentou, "ainda não" conseguiu.
Prometeu "mais apoio" aos sobreviventes do massacre de 1953, muitos dos quais contam hoje mais de 80 anos de idade, garantindo "um subsídio mensal" e "outra forma mais contínua" de apoio governamental.
Jorge Bom Jesus sublinhou que o seu Governo "quer conciliar a história, o legado histórico, com os imperativos de desenvolvimento sustentado", tendo apelado à juventude para, junto dos sobreviventes, recolher e compilar as informações sobre o que foi o massacre de 1953.
O primeiro-ministro alertou os jovens de que "ninguém está acima dos sacrifícios que a independência exige", defendendo que as crianças e a juventude devem conhecer a história e a origem dos acontecimentos de 1953, sublinhando que a data deve ser recordada e vivenciada pelos são-tomenses.
O 77.º aniversário do massacre de 1953 foi assinalado com uma "Marcha da Liberdade" que percorreu mais de 14 quilómetros, da capital até à ponte de Fernão Dias, onde foi erguido o monumento dos Mártires da Liberdade e realizado o ato central alusivo ao dia.
Vários milhares de jovens participaram nesta marcha, organizada pelo Ministério da Juventude e Desporto, Gabinete da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude.
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Lusa/fim