
"Do ponto de vista geoestratégico, o nosso plano de desenvolvimento deverá permitir alcançar três objetivos em simultâneo: a autonomia energética de Moçambique, o posicionamento [do país] como ator preponderante no fornecimento de energia a países vizinhos" e "como produtor e exportador de referência de gás natural liquefeito" no mercado global, referiu.
O terceiro objetivo contará no segundo semestre com o arranque da exploração de gás na bacia do Rovuma, norte do país, sublinhou, graças à plataforma flutuante Coral Sul.
Nyusi falava hoje durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra dos projetos conjuntos de energia e gás em Temane, província de Inhambane, sul do país.
Os projetos incluem a Central Térmica de Temane, principal central de produção de eletricidade construída em Moçambique desde a independência, uma linha de alta tensão até Maputo e uma fábrica de gás de cozinha.
"Toda a cadeia dos projetos terá um investimento global de aproximadamente dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros)", anunciaram os promotores.
A central deve começar a produzir energia daqui a dois anos, com uma capacidade de 450 megawatt (MW), cerca de um quinto da hidroelétrica de Cahora Bassa, maior central do país - só por si, a central vai aumentar em cerca de 16% a capacidade instalada de produção de energia de Moçambique.
A linha de transporte de energia elétrica entre Inhambane e Maputo terá 563 quilómetros e três subestações.
A fábrica de gás de cozinha prevê abastecer o mercado doméstico com 30.000 toneladas por ano.
Os projetos têm por base um reforço de investimento nas reservas de gás do subsolo de Temane, exploradas desde 2004 pela petrolífera sul-africana Sasol e encaminhadas através de gasoduto para a África do Sul.
O governo moçambicano espera que, na fase de construção, os projetos empreguem mais 3.000 pessoas (no pico do trabalhos) e que sejam criados 400 empregos na etapa de operação.
"Reafirmo o compromisso do meu Governo para continuar a trabalhar para a melhoria do ambiente de negócios para atração de novos investimentos estruturantes", acrescentou Filipe Nyusi, apontando o atual como empreendimento como um exemplo.
Marcelino Gildo Alberto, presidente do conselho de administração da EDM, referiu que os projetos representam "um passo importante para a materialização da estratégia do Governo, visando o alcance do Acesso Universal à energia sustentável até 2030".
LFO (EYAC)//RBF
Lusa/fim