João Lourenço, que discursava na qualidade de líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), durante uma reunião do comité central, partido no poder, disse esperar que as detenções de jornalistas devidamente credenciados e no pleno exercício de funções, "não volte a acontecer".

A detenção de seis jornalistas ocorreu sábado, durante uma tentativa de manifestação convocada por ativistas da sociedade civil, que contou com a adesão da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o principal partido da oposição, e outras forças políticas, com o objetivo de reivindicar melhores condições de vida, mais emprego e a realização das primeiras eleições autárquicas.

O Sindicato de Jornalistas Angolano repudiou a detenção de três jornalistas da Rádio Essencial e o motorista, libertados apenas dois dias depois, de um repórter e operador de câmara da TV Zimbo e de um fotógrafo da agência francesa AFP.

De acordo com o secretário-geral do SJA, Teixeira Cândido, além de a polícia ter agredido o operador de câmara da TV Zimbo, obrigou o fotógrafo da AFP a apagar as imagens, mesmo depois de se ter identificado como jornalista.

A manifestação foi fortemente reprimida pela polícia, que fazia cumprir a proibição de ajuntamentos na rua de mais de cinco pessoas, plasmada no último Decreto Presidencial que declarou o estado de calamidade pública, devido à pandemia da covid-19.

A detenção de jornalistas foi criticada por várias organizações internacionais de defesa da liberdade de imprensa.

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