"A cada dia que passa a esperança de travar a guerra russo-ucraniana diminui, mas teremos uma oportunidade nas eleições europeias", disse Orbán em declarações à rádio pública Kossuth.

O político conservador, um aliado de Moscovo entre os líderes europeus, apresenta-se como um defensor da "paz" diante da "psicose bélica" de outros líderes europeus, como o Presidente de França, Emmanuel Macron.

Macron anunciou recentemente o envio de caças para a Ucrânia com o objetivo de ajudar o país a defender-se da invasão russa.

"Este fim de semana teremos uma oportunidade e depois, no outono, se Donald Trump regressar (ao poder como Presidente dos Estados Unidos), formaremos uma coligação de paz e com isso iremos travar (a guerra)", disse hoje Orbán.

O primeiro-ministro húngaro já afirmou anteriormente que espera uma vitória das forças de direita nas eleições europeias. Segundo Órban, são os partidos de direita que querem a paz para a Ucrânia.

"Está a ser preparado um conflito armado indireto (na Europa)", enfatizou Orbán, apresentando-se como o único líder da União Europeia (UE) que apoia a paz, através de uma negociação com a Rússia, mesmo que isso implique perdas territoriais para a Ucrânia.

Na verdade, Orbán acredita que a Europa está perto de um ponto "sem retorno".

Orbán também critica as sanções da União Europeia contra a Rússia, mas até agora votou a favor de todos os pacotes de sanções contra a agressão russa na Ucrânia.

Em relação à NATO, o primeiro-ministro húngaro reiterou que a Hungria "deve ficar de fora" daquilo que chamou de "missão da Aliança na Ucrânia", pois, caso contrário, entregaria parte da sua soberania à Aliança.

Segundo as últimas sondagens, o partido Fidesz de Orbán terá 43% dos votos e onze dos 21 deputados húngaros no Parlamento Europeu. O partido deverá juntar-se ao grupo dos Conservadores e Reformistas, onde estão o Vox (Espanha) de extrema-direita e os Irmãos da Itália.

O novo partido de oposição de centro-direita TISZA deverá ter sete deputados europeus (deverão juntar-se ao Partido Popular Europeu/PPE), a coligação progressista (que junta os socialistas do DK e do MSZP com a Aliança Social-Democrata-Verde) deve alcançar dois parlamentares e a formação de extrema-direita A Nossa Pátria, um.

CSR // MSF

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